I Workshop Cesec/AfroReggae de capacitação sobre violência, polícia e justiça criminal (maio de 2004)

APRESENTAÇÃO

Nos dias 6 e 7 de maio foi realizado, na Universidade Candido Mendes, o 1º Workshop de Capacitação sobre Violência, Polícia e Justiça Criminal. O encontro de dois dias contou com a presença de Márcia Cristina Alves, coordenadora do Programa Controle de Homicídios “Fica Vivo” e Superintendente de Prevenção à Criminalidade da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais. Participaram do encontro 11 componentes do AfroReggae no primeiro dia e 14 no segundo (coordenadores de núcleos, coordenadores de grupos, agentes de projetos e técnicos/as). Como palestrantes convidados, a diretora do CESeC, Julita Lemgruber, e o Tenente Coronel PM Antônio Carlos Carballo. Veja no final da página a relação completa dos participantes.

OBJETIVOS

O encontro teve como objetivo iniciar uma discussão no Afro Reggae sobre a nova área de atuação do grupo, isto é, apresentar um trabalho que será desenvolvido diretamente com policiais. A idéia era explicar a existência do projeto, informar sobre as razões que o levaram a ser desenvolvido em Minas Gerais, apresentar um pouco do que ocorre em Belo Horizonte e principalmente abrir um debate sobre assuntos e temas relacionados à justiça criminal, de forma que os jovens do Afro Reggae comecem a sentir-se familiarizados com temas como polícia, justiça e prisões da mesma forma que se sentem familiarizados com temas como cultura, juventude, favelas e Rio.

TEMAS ABORDADOS

Primeiro dia:

  • Histórico, apresentação e estágio atual do projeto Juventude e Polícia;
  • Noções sobre os conceitos de violência, crime, criminalidade e justiça;
  • Sistema de Justiça Criminal: Polícia, Ministério Público, Justiça, Sistema Penitenciário;
  • Dados sobre violência e leitura de gráficos: conceito de taxa de homicídio (por 100 mil habitantes) e debate sobre as taxas de homicídios no Brasil; em várias cidades do mundo; entre jovens; entre negros e brancos; em diferentes bairros do Rio de Janeiro. Também foi mostrado um mapa com a distribuição desigual do policiamento na cidade do Rio de Janeiro;
  • Histórico e apresentação da parceria com Minas Gerais.

Segundo dia:

  • Apresentação da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais e principais programas que desenvolve;
  • Apresentação do projeto Fica Vivo, dados sobre redução da violência e esferas de ação e intervenção do projeto;
  • Apresentação de vídeo-documentário produzido no contexto de atividades do projeto Fica Vivo com a participação de componentes do Afro Reggae
  • Debate com Julita Lemgruber sobre Sistema Penitenciário no Brasil e no mundo;
  • Debate com o Ten. Cel. Carballo sobre o GEPAE, a polícia e o futuro dos programas comunitários.

AVALIAÇÃO

O clima dos dois dias de encontro foi de interesse e concentração por parte dos participantes e de grande entrosamento entre organizadores, participantes e convidados. Os jovens do Afro Reggae se mostraram atentos e desinibidos, fizeram comentários e perguntas inteligentes e se mostraram atentos e interessados em relação a todos os assuntos, sem exceção. Os convidados foram sensíveis, sintonizados com os objetivos do encontro e estabeleceram excelente diálogo com os participantes.

As 14 fichas de avaliação entregues pelos participantes indicam a mesma impressão da coordenadora. A média das notas finais atribuídas ao encontro foi de 9,6 . Os assuntos mais comentados foram a conversa com Julita, a conversa com Carballo, o programa de Minas e a realidade mostrada pela representante do Fica Vivo, os gráficos sobre violência e o debate sobre justiça criminal. As críticas ficaram por conta do ar condicionado (muito frio no primeiro dia) e do tamanho da televisão onde o vídeo foi exibido (muito pequena). Um dos participantes sugeriu que os próximos encontros sejam realizados de manhã, pois no fim da tarde (das 15h às 18h) a atividade torna-se cansativa para quem vem do trabalho.

CONCLUSÕES

Apesar de o encontro ter sido planejado para 20 participantes e de ter sido previsto o registro em vídeo dos dois dias (o registro só ocorreu no segundo dia, sob responsabilidade de Marilisse, que realizou entrevistas adicionais ao final), o balanço é muito positivo e certamente indicativo de que novos Workshops devem ser planejados no contexto do projeto, usando o mesmo padrão deste. O próximo workshop deveria focalizar diretamente os jovens que farão parte da primeira viagem a Minas.

Além disso, a experiência desse primeiro Workshop CESeC—Afro Reggae e o espírito que o orientou (jovens e especialistas em segurança pública debatendo livre e abertamente) pode orientar a realização do Workshop Minas—Rio e trazer elementos para as Oficinas de Gestão em Segurança Pública no âmbito do projeto.

PARTICIPANTES

Pelo AfroReggae:

  1. Cirléia Menezes de Oliveira
  2. Écio de Salles
  3. Elizangela Batista
  4. Evandro João da Silva
  5. Gisela M. Matassoli
  6. José Carlos (JC)
  7. Micheli Sobral
  8. Paulo César Santos Cruz (Tota)
  9. Rosemary Maria dos Santos
  10. Sandro da Silva Antonelli
  11. Vitor Luiz Onofre [não compareceu no dia 7]
  12. Anderson Sá
  13. Luiz Gustavo (LG)
  14. Marilisse Navarro

Pela SEDS-MG:

Márcia Cristina Alves

Pelo CESeC:

Jonas Henrique Oliveira
Silvia Ramos

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