“A guerra às drogas, além de ter um peso financeiro, tirando recursos que poderiam ser investidos em outras áreas, compromete o futuro de milhares de estudantes, interrompendo projetos, sonhos, e muitas vezes, a própria vida”.

Sem dados de qualidade e accessíveis não se pode planejar, monitorar e avaliar políticas públicas que afetam a vida das pessoas, nem discutir seus impactos orçamentários. Na área de segurança, a carência de dados e a falta de transparência têm sido a regra.

Estudo mostra custos elevados da política de proibição de drogas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Governos direcionam recursos em medidas que atingem violentamente pessoas negras e pobres, quando poderiam usá-los em políticas para beneficiá-las.

No Rio, 84% dos adolescentes cumprindo medida de internação por tráfico se declaram pardos ou pretos. O que a sociedade ganha com essa forma (mal) disfarçada de encarceramento?

Orelha do livro “Desmilitarizar”, de Luiz Eduardo Soares, lançado pela editora Boitempo em junho de 2019.