25/11/2014
Rio de Janeiro, 24 de novembro – Um dos veículos mais dedicados à discussão do tema das drogas, a revista Superinteressante recebeu duas das três premiações do Prêmio Gilberto Velho Mídia e Drogas, primeiro dedicado ao tema no Brasil. O anúncio dos vencedores foi feito hoje, segunda-feira, no seminário “Drogas: Legalização + Controle”, no Rio de Janeiro. “O Prêmio tem o objetivo de estimular a imprensa a realizar matérias sobre políticas e legislação relacionadas às drogas, um dos temas mais importantes da sociedade brasileira hoje”, disse Julita Lengruber.
O primeiro colocado foi o jornalista Tarso Araujo, pelas reportagens “O Começo do Fim” e “Tarja Verde”, publicadas pela revista Superinteressante na edição de fevereiro de 2014, e por seu trabalho dedicado a promover a discussão sobre políticas de drogas no Brasil. Tarso recebeu um premio no valor de R$ 7 mil. Diretor do longa “Ilegal”, Tarso trouxe para o debate público a discussão sobre o uso medicinal da maconha. “Tarso Araújo puxou o fio da meada e mostrou que havia uma discussão necessária que precisava ser feita sobre o uso da maconha como remédio”, disse a coordenadora do Prêmio, Julita Lengruber. “Agradeço principalmente aos pacientes, que se expuseram e aceitaram dar sua cara e seus nomes para garantir esse direito que eles têm. Felizmente, depois dessa reportagem, mais pessoas começam a reconhecer que eles têm esse direito”, Tarso, emocionado.
O segundo lugar ficou com Emiliano Urbim, pela reportagem “Médicos sem Fronteiras”, publicada pela revista O Globo no dia 12 de outubro de 2014; ele recebeu um premio de R$ 3 mil. A reportagem revela a existência de uma rede secreta que fornece extrato de maconha para pacientes. O jornalista registrou um agradecimento aos editores, que deram capa ao assunto polêmico. “É bom observar que a mídia está abrindo espaço para tratar desse assunto”.
Editor da Superinteressante, Denis Burgierman foi escolhido como menção honrosa, pela reportagem “Crack – Tudo o que sabíamos sobre ele estava errado”, publicada pela revista na edição de julho de 2014.
O prêmio homenageia o cientista social Gilberto Velho, um dos primeiros a estudar o uso de drogas, em seu livro Nobres e anjos – Um estudo de tóxicos e hierarquia, de 1998. é uma realização do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), da Universidade Candido Mendes (RJ). O júri, formado por jornalistas e especialistas no tema, avaliou 48 reportagens, produzidas em 11 estados do país, publicadas entre 1 de janeiro e 22 de outubro de 2014.
O seminário “Drogas: Legalização + Controle” foi promovido pelo ramo brasileiro da Law Enforcement Against Prohibition (LEAP) – a Associação dos Agentes da Lei contra a Proibição (LEAP BRASIL) –, em parceria com o Fórum Permanente de Direitos Humanos da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ).
por Daniella Vianna (site do Prêmio Gilberto Velho)