Tropa rosa-choque se destaca no curso da PM

Elas não fazem parte do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), mas também podem ser chamadas de elite da corporação. Afinal, durante os oito meses do curso de formação de soldados e de aperfeiçoamento de praças, as policiais militares do Estado do Rio de Janeiro treinaram lado a lado com os homens da tropa de choque e não deixaram nada a desejar nas aulas de técnicas de combate, estratégias de invasão de comunidades em conflito e tiro policial, entre outras ações de campo e de inteligência.

— Só faltou mesmo que alguma delas também se candidatasse ao Bope — assinalou o coronel Renato Fialho Esteves, comandante do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), localizado em Sulacap, na Zona Oeste do Rio.

Na semana passada, por exemplo, as soldados participaram de mais uma dura sessão de treinamento com a tropa do Bope, que incluiu operações de invasão de favelas e de combate a traficantes e criminosos na favela cenográfica construída especialmente na unidade para esse tipo de ações.

A maior prova da capacitação feminina para ocupar funções e espaços tradicionalmente masculinos, como os da PM, foi o resultado registrado no último curso de formação de soldados: dos dez melhores alunos classificados de um total de 1.050, oito eram mulheres.
Desde 1982, quando a primeira turma feminina da PM se formou, o ingresso de mulheres na corporação vem crescendo e hoje atinge quase 4% do efetivo fluminense – a cota limite estabelecida.

Segundo levantamento do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), da Universidade Candido Mendes, em 2000 a PM tinha 36.709 homens e 1.517 mulheres. Passados sete anos, mais 395 policiais femininas entraram na corporação.

Segundo trabalho das pesquisadoras Bárbara Soares e Leonarda Musumeci, do CESeC, relacionado à hierarquia, o estudo mostra que o Rio de Janeiro tem a maior proporção de mulheres oficiais entre os Estados pesquisados: 40,5%, percentual quatro vezes maior que a média dos outros estados (10%) e sete vezes superior à participação de oficiais no efetivo masculino.

Ainda de acordo com pesquisa do Cesec específica sobre abordagens policiais, para a maioria dos cariocas entrevistados, se houvesse mais mulheres no policiamento ostensivo, a PM ganharia em relação a respeito aos cidadãos (74,2%) e eficiência (60,5%) e teria menos problemas relacionados a violência (74%), corrupção (63,7%) e racismo (60%).

 

Redação, com agências de notícias

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