O Globo
RIO – Crimes recentes e que tiveram grande repercussão podem ter contribuído para aumentar a sensação de insegurança dos moradores do Rio, dizem especialistas. A coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, Julita Lemgruber, por exemplo, citou a morte do menino Juan (durante suposta operação policial no dia 20 de junho, em Nova Iguaçu), a execução da juíza Patrícia Acioli (na madrugada do dia 11, em Niterói) e o sequestro de um ônibus na Avenida Presidente Vargas (no dia 9), como casos emblemáticos.
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— Um conjunto de acontecimentos recentes mobilizou de certa forma o imaginário da população. Evidente que o cobertor é curto em relação ao efetivo da PM, que não vai conseguir colocar um soldado em cada esquina, como pode querer a classe média. A polícia deve investigar bem e esclarecer os crimes. Os níveis de impunidade são grandes demais — disse Julita.
Os crimes de rua, como assaltos, têm grande influência sobre a sensação de insegurança. Além da vítima, que fica traumatizada, a pessoa que viu o fato ou ficou sabendo dele também sente mais medo, diz Jacqueline Muniz, professora da Universidade Candido Mendes e da Universidade Católica de Brasília.
Para que a sensação de segurança aumente, a presidente do movimento Rio Como Vamos, Rosiska Darcy, diz que é necessário garantir que ocorram menos episódios violentos nas ruas. Além disso, ela acha fundamental dar publicidade aos registros de ocorrência feitos pela polícia — porque o número de crimes tem caído. O medo do carioca em relação à violência já foi maior. O Rio Como Vamos fez, em maio, uma pesquisa que revelou o aumento da confiança dos cariocas:
— A pesquisa anual mostrou que 72% dos cariocas estavam otimistas em relação à política de segurança e 56% sentiam melhoras.