Com 15,4 milhões de habitantes — menos da metade da população de São Paulo (39,8 milhões, segundo dados do IBGE) — o Rio contabilizou 6.133 assassinatos no ano passado, 980 casos a mais do que os 5.153 registrados no estado vizinho. É a primeira vez que a comparação dos números absolutos de homicídios dolosos (com intenção) registrados nos dois estados coloca o Rio à frente de São Paulo e no topo do ranking de assassinatos na Região Sudeste.
A comparação dos números absolutos de homicídios reforça os dados divulgados anteontem no Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que usou como base as estatísticas de 2007 enviadas pelos estados à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). A pesquisa, no entanto, leva em conta o número de registros de ocorrência de assassinatos, e não a quantidade de vítimas. A metodologia empregada não muda o panorama no Sudeste.
Na análise feita pelo anuário, o Rio registrou 5.504 ocorrências, totalizando 6.133 vítimas de homicídio, ou uma taxa de 35 assassinatos por grupo de cem mil habitantes. Em São Paulo, foram contabilizados 4.877 ocorrências, com 5.153 vítimas, taxa de 11,7 por cem mil habitantes. No Espírito Santo, a taxa foi de 41,6 por cem mil habitantes. Para a cientista social Sílvia Ramos, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Cândido Mendes, a redução dos números de homicídios em São Paulo é resultado de um investimento iniciado em 2000, que privilegia treinamento, elucidação de crimes e outros aspectos.