A face feminina das UPPs

O texto, baseado em dados do survey amostral “UPP: o que pensam os policiais, 2014” e no exame da cobertura jornalística sobre as UPPs, analisa as representações sobre mulheres policiais, avaliando o processo e os significados da incorporação desse segmento ao policiamento de proximidade em favelas no Rio de Janeiro. Conclui que a presença da tropa feminina não representou, nem para as mulheres, nem para a corporação, um elemento deflagrador de mudanças: não chegou a modificar os padrões tradicionais de inserção do contingente feminino na polícia militar e tampouco produziu fissuras na cultura adversarial que vem-se sobrepondo ao projeto original de um policiamento voltado para o diálogo com as comunidades. Da análise do material jornalístico, conclui ainda que, se a UPP perdeu um de seus trunfos com o encolhimento da imagem feminina como símbolo de elemento inovador do policiamento, os veículos de mídia examinados também deixaram escapar a oportunidade de estimular mudanças no olhar sobre as mulheres policiais, sobre os modelos e práticas de policiamento nas UPPs e sobre os papéis de gênero no mundo policial.

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