Entre o grito e o tiro. Polícia, democracia e armas “menos letais”

Entre os diversos aspectos abrangidos no debate internacional sobre armas ditas não ou menos letais – como a própria denominação mais adequada para esses dispositivos; seus impactos sobre a saúde e os direitos humanos; a forte influência do lobby de fabricantes nas políticas de segurança de diversos países, e as novas concepções e práticas de policiamento associadas ao crescente emprego de tais armas – o artigo se concentra na relação entre disseminação do armamento “menos letal” e acréscimo dos níveis de uso da força pelas polícias, seja em atividades rotineiras de policiamento, seja em resposta ao protesto civil. Tomando como exemplos sobretudo os casos dos EUA, do Reino Unido, da França e da Espanha, discute o desgaste da legitimidade da ação policial e as restrições ao direito de protesto nas sociedades contemporâneas, mesmo naquelas com democracias consolidadas. Chama atenção ainda para o nexo entre a vertiginosa difusão das armas “menos letais” e o processo de militarização das polícias – um tema usualmente tratado apenas em conexão com o emprego de armas, organização, equipamentos e táticas bélicas convencionais.

Baixe o texto completo

pdf

Mais Boletins