“Meu nome não é cracudo”. A cena aberta de consumo de drogas da rua Flávia Farnese, na Maré, Rio de Janeiro

Em 2015 a Redes da Maré desenvolveu um processo de aproximação à cena aberta de consumo de drogas da Flávia Farnese, na Maré, “cracolândia” atípica no Rio de Janeiro por sua estabilidade geográfica e demográfica. Combinando observação participante, criação de vínculos, intervenção, articulação institucional e entrevistas semiabertas com 59 dos cerca de 80 moradores da cena, buscou-se traçar o perfil e identificar as demandas dos moradores, entender as dinâmicas incidentes no espaço que ocupam e mapear as políticas de atendimento que ali atuam. Ponto de convergência de problemas sociais urbanos e contexto marcado por diversas violências, discriminações e trajetórias de marginalização, a “cracolândia” revela a urgente necessidade de políticas públicas integradas, capazes, inclusive, de ampliar as práticas de redução de danos para além das relacionadas diretamente ao uso de drogas. Revela também a importância da mediação de uma organização da sociedade civil integrada no território para articular demanda e oferta de políticas públicas, e facilitar a formulação de estratégias sustentáveis de atendimento aos usuários de drogas em situação de rua.

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