Mídia e violência: Como os jornais retratam a violência e a segurança pública no Brasil

Por décadas a cobertura da mídia brasileira sobre crime e polícia caracterizou-se pelo sensacionalismo, pela falta de especialização e pela dependência de fontes policiais. Nos anos 1990, quando a sociedade brasileira desperta para a complexidade dos problemas de segurança, os meios de comunicação não estão preparados para veicular matérias investigativas, aprofundadas e contextualizadas. A análise de uma amostra de 2.514 matérias publicadas em 2004 nos nove maiores jornais do país identificou distintas tendências em curso. Por um lado, o reconhecimento da relevância do assunto e a diminuição das reportagens sensacionalistas, tendo a maioria dos jornais optado por tratar o tema de forma mais sóbria, sem tanto apelo ao macabro ou à “dureza” contra o crime, como era comum no passado. Por outro lado, a cobertura ainda depende em alto grau das fontes policiais, é extremamente factual, compõe-se majoritariamente de histórias individuais, é pouco contextualizada, contém baixa diversificação de opiniões e recorre muito pouco a dados estatísticos, pesquisas e outras informações provenientes da sociedade civil.

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