O trabalho focaliza as políticas e instituições voltadas ao problema do desaparecimento de pessoas no Estado do Rio de Janeiro pela ótica dos familiares que procuram apoio para encontrar seus desaparecidos. Mostra que, desde as dificuldades de registrar a ocorrência em delegacia (havendo apenas uma especializada em todo o estado) até a concentração geográfica dos poucos serviços disponíveis de assistência social, psicológica e jurídica, passando por atendimentos desumanizadores, baseados em estereótipos e preconceitos, é extremamente árduo o percurso a ser trilhado por esses familiares, sobretudo quando pobres, negros e periféricos.
A pesquisa entrevistou profissionais de diversos órgãos públicos atuantes na área e mães de pessoas desaparecidas que dirigem ONGs e lutam pela melhoria do suporte institucional tanto de acolhimento e orientação dos familiares quanto de prevenção e resolução dos mais de 5 mil desaparecimentos registrados anualmente no estado.