Observatório da Intervenção divulga, no dia 26 de abril, às 10 horas, relatório e site com dados inéditos sobre gastos, violações e operações nos primeiros dois meses de intervenção federal. Evento terá a presença de integrantes do Conselho de Ativistas de favelas, entidades apoiadoras e parceiros do Observatório na coleta de informações
Há dois meses, a semana do Carnaval do Rio de Janeiro terminou com uma decisão inédita na história. O anúncio do decreto da intervenção federal na segurança pública do Rio pegou políticos, mídia e analistas de surpresa. Depois dos dias de festa marcados por notícias de roubos e saques, o governo federal decidiu acionar um dos dispositivos previstos na Carta Magna para situações de descontrole local. Passados 60 dias, quais foram os resultados da intervenção sobre a segurança no Rio? Esta é a pergunta que o Observatório da Intervenção pretende responder no dia 26 de abril, na sede da Universidade Candido Mendes. Na data, o Observatório vai lançar o seu site e primeiro relatório, discutindo os primeiros impactos da intervenção federal e apresentando informações inéditas sobre o número e o custo das operações, balas perdidas e violações de direitos, além da evolução dos indicadores de segurança no Rio ao longo das últimas décadas. No site, será possível visualizar operações e violações em um mapa, além de consultar rankings dos bairros com mais ocorrências. Esses registros integram um banco de dados sobre a intervenção, alimentado por pesquisadores do CESeC a partir da pesquisa em jornais impressos e online, mais de 200 páginas e perfis de redes sociais, bases de dados oficiais e informações colhidas pelas iniciativas parceiras DefeZap, Fogo Cruzado e OTT-RJ. A análise do Observatório sobre o período se baseia nestas informações e na interlocução com lideranças sociais e especialistas. No site do projeto, além dos principais dados produzidos pelo Observatório, será possível consultar também uma cronologia dos principais fatos da intervenção, documentos oficiais relacionados, notícias e artigos assinados por pesquisadores e lideranças sociais. O Observatório da Intervenção é uma iniciativa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC/UCAM) e é formado por uma rede de 20 instituições apoiadoras, públicas e privadas. Seu objetivo é acompanhar e divulgar os desdobramentos, impactos e violações de direitos decorrentes da intervenção federal no Rio de Janeiro, a partir da documentação e da análise criteriosa sobre dados e fatos. Nesta tarefa, conta com a participação de um conselho de 20 ativistas de movimentos sociais, que vem observando os efeitos da intervenção nas favelas e bairros da periferia da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. No momento da coletiva estarão presentes ativistas do Conselho e representantes de instituições apoiadoras que falarão diretamente com os jornalistas. “O Observatório encara com preocupação a utilização do recurso da intervenção, que coloca os militares no centro da cena política e favorece soluções que são a antítese das reformas estruturais necessárias para enfrentar os desafios da violência no país”, pontua a pesquisadora Sílvia Ramos, coordenadora da iniciativa.
Evento:
Apresentação do primeiro relatório do Observatório da Intervenção Dia 26 de abril, quinta-feira, às 10h Universidade Candido Mendes Rua da Assembleia, 10 – Sala 507
Informações à imprensa:
Luciana Bento – Pauta Positiva Comunicação Tel.: (21) 98103.7215 mailto:lucianabento@pautapositiva.com.br
Rede de instituições apoiadoras:
- Agencia de Redes para a Juventude
- Anistia Internacional Brasil
- Casa Fluminense
- Comissão de Direitos Humanos da Alerj
- Comissão da Câmara Municipal de Acompanhamento da Intervenção
- Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro
- Fórum Brasileiro de Segurança Pública
- Fórum Grita Baixada
- Instituto de Estudos da Religião (Iser)
- Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc)
- Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase)
- Instituto Pólen
- Justiça Global
- Laboratório de Análise da Violência (LAV/UERJ)
- Luta pela Paz
- Observatório de Favelas
- Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão – MPF
- Redes da Maré
- Rede Nossas Cidades
Entidades parceiras na coleta de informação:
- DefeZap
- Fogo Cruzado
- OTT-RJ
Conselho de ativistas:
Um grupo reúne 20 ativistas, na maioria ligados a projetos culturais e de comunicação, atuantes nos movimentos sociais, favelas, bairros e municípios citados abaixo. Por razões de segurança os nomes dos ativistas não são divulgados.
- Caxias
- Cidade de Deus
- Coletivo Movimentos
- Complexo do Alemão
- Federação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro
- Favela da Rocinha
- Favela de Acari
- Favela Santa Marta
- Manguinhos
- Maré
- Morro do Borel
- Morro dos Prazeres
- Nova Iguaçu
- Parada de Lucas
- Penha
- Queimados
- São Gonçalo
- Vila Kennedy