CESeC 25 anos

O Centro de Estudos de Segurança e Cidadania nasce em um contexto de profunda crise e transformação das políticas de segurança no Brasil, marcado pelo avanço da violência, da repressão e pela corrosão dos direitos humanos. Na linha do tempo abaixo, é possível acompanhar como o CESeC respondeu aos principais acontecimentos da segurança pública no país por meio de pesquisas, projetos, eventos e publicações que ajudaram a formar um novo pensamento sobre segurança e cidadania. Ao revisitar essa trajetória, renovamos nosso compromisso de continuar produzindo conhecimento e pautando o debate público sobre segurança e justiça no Brasil.

2000

Fundação do CESeC

Pesquisadores atuantes no campo da Segurança Pública, Sistema Pentenciário e Direitos Humanos se unem para criar um centro de estudos abrigado na Universidade Cândido Mendes.

Fundação do CESeC

Sequestro do ônibus 174

Um dos episódios mais traumáticos da história recente do Rio, o sequestro do ônibus foi transmitido ao vivo pelas emissoras de TV por quatro horas e terminou com a morte da refém Geísa Firmo Gonçalves e do sequestrador Sandro Barbosa do Nascimento.

Gestão Penitenciária no RJ: problemas e perspectivas

Entre dezembro de 2000 e novembro de 2001, o CESeC realiza entrevistas com funcionários do Desipe sobre os desafios presentes no cotidiano da administração penitenciária no Estado do Rio de Janeiro e mapeia experiências no Paraná e São Paulo. O projeto tem como objetivo elaborar um diagnóstico e propor recomendações para construção de um modelo de gestão prisional mais eficiente e adequado à realidade local.

Gestão Penitenciária no RJ: problemas e perspectivas
Gestão Penitenciária no RJ: problemas e perspectivas
Gestão Penitenciária no RJ: problemas e perspectivas

Fórum de Debates Criminalidade, Violência e Segurança Pública

Realizado em parceria com o IPEA entre 2000 e 2001, o projeto promove quatro seminários nacionais e um internacional. Os encontros reunem os principais pesquisadores do campo para uma discussão sobre o contexto da segurança pública, bases de dados e uma agenda de pesquisa comum.

Fórum de Debates Criminalidade, Violência e Segurança Pública

2001

Controle externo da polícia

O trabalho das ouvidorias de polícia em cinco estados é o tema deste projeto, que busca propor um novo modelo de controle externo da polícia. Os resultados são apresentados em conferência internacional em setembro de 2002 e resultam no livro Quem vigia os vigias?, de Julita Lemgruber, Leonarda Musumeci e Ignacio Cano, publicado pela Record em 2003.

Controle externo da polícia

Rebelião do PCC em São Paulo

Presos assumem controle de 29 presídios em 19 cidades de São Paulo, apresentando a facção ao país.

2002

Quem são as mulheres presas no RJ?

A pesquisa entrevista 524 presas para traçar o perfil das mulheres encarceradas no estado, reunindo dados sobre trajetória, violência, uso de drogas e condições de vida. Os resultados dão origem ao livro Prisioneiras e ao primeiro boletim Segurança e Cidadania do CESeC.

Quem são as mulheres presas no RJ?

Assassinato do jornalista Tim Lopes provoca mudança na atuação de jornalistas

O jornalista da TV Globo é brutalmente assassinado por traficantes ao ser capturado quando fazia uma reportagem investigativa sobre bailes funk e exploração sexual na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro. O crime, atribuído à facção de Elias Maluco, chocou o país e expôs a barbárie do tráfico e os riscos enfrentados por profissionais da imprensa.

Violência e Racismo

Realizado durante três dias, o seminário une pesquisadores de violência com recorte racial, estudiosos das desigualdades raciais e líderes do movimento antirracista, além de gestores e representantes do governo estadual. Durante o evento, os debates abordam o viés na atuação policial e no sistema penitenciário e discutem uma futura agenda de pesquisas sobre o tema.

Violência e Racismo
Violência e Racismo
Violência e Racismo

Prisão de Elias Maluco

Acusado de ordenar a morte de Tim Lopes, o traficante do Comando Vermelho, um dos criminosos mais procurados do Brasil, é preso em uma grande operação policial na Favela da Penha, RJ.

2003

Direitos da população LGBT em pauta

O CESeC realiza pesquisas anuais nas paradas LGBT para traçar o perfil dos participantes e registrar experiências de discriminação, criando uma série histórica inédita sobre violência e preconceito. Entre 2003 e 2006, o trabalho resulta em cinco livros da coleção Política, Direitos, Violência e Homossexualidade.

Direitos da população LGBT em pauta

Uma investigação sobre mulheres policiais

Entre 2003 e 2004, o CESeC mapeia a participação feminina nas polícias militares em 23 estados e avalia o impacto de sua presença nas corporações e na relação com a sociedade, resultando no livro Mulheres Policiais e em um seminário nacional sobre gênero e segurança pública.

Uma investigação sobre mulheres policiais

Entra em vigor o Estatuto do Desarmamento

A Lei 10.826/2003 cria regras rígidas para registro, posse e porte de armas, e impulsiona campanhas de entrega voluntária com o objetivo de reduzir a violência armada. O Estatuto se torna marco da política de segurança, mas enfrenta forte polarização. Dois anos depois, o referendo sobre a proibição do comércio de armas é rejeitado pela maioria da população.

Criação da ARP

A Associação pela Reforma Prisional nasce para acionar o Judiciário e cobrar o cumprimento da Lei de Execução Penal diante das violações sistemáticas nas prisões do Rio de Janeiro, tornando-se referência na defesa dos direitos de pessoas privadas de liberdade.

Criação da ARP

Racismo em foco: CESeC analisa abordagens policiais

O projeto Elemento Suspeito investiga como a polícia decide quem abordar e combina entrevistas, grupos focais e pesquisa domiciliar com 2.250 moradores, além da análise de manuais da PM. Os resultados revelam seletividade racial e viram livro em 2005.

Racismo em foco: CESeC analisa abordagens  policiais

2004

Culturas jovem e policial em diálogo

Criado pelo grupo AfroReggae em parceria com o CESeC, o programa Juventude e Polícia (Juvipol) busca aproximar jovens e policiais por meio da arte e do diálogo. O CESeC apoia o desenho metodológico, realiza oficinas e encontros com agentes e jovens e propõe recomendações à corporação. O projeto teria novas etapas em 2005 e versão internacional em 2006.

Culturas jovem e policial em diálogo
Culturas jovem e policial em diálogo
Culturas jovem e policial em diálogo

Início do projeto Mídia e Violência

O projeto piloto marca a entrada do CESeC no estudo da cobertura jornalística da violência. A pesquisa analisa nove jornais em três capitais, define indicadores de qualidade e propõe diálogo com jornalistas. Nos anos seguintes, o trabalho consolida uma área permanente e resulta em 2007 no livro Mídia e Violência, referência para profissionais e universidades.

Início do projeto Mídia e Violência

2005

Chacina da Baixada

Policiais militares assassinam 29 pessoas em diferentes pontos de Nova Iguaçu e Queimados, em uma noite de ataques coordenados. O episódio se torna a maior chacina já registrada no estado do Rio de Janeiro e simboliza o grau extremo de violência produzida por agentes do próprio Estado.

2006

Rebelião do PCC em SP

Em resposta à decisão de transferir 765 presos, incluindo o líder do PCC, Marcola, para prisão de segurança máxima, facção organiza onda de ataques nas ruas de São Paulo. Em resposta, forças de segurança promovem onda de execuções. Os crimes de maio deixam um saldo de 564 mortos.

Reportagens aprofundadas apresentam ação das milicias no RJ

Uma série de reportagens de O Globo revela a rápida expansão das milícias no Rio, detalhando como grupos paramilitares expulsam traficantes, controlam serviços locais e consolidam poder político em diversos territórios.

Reportagens aprofundadas apresentam ação das milicias no RJ

Público visita e avalia delegacias

O CESeC coordena no Brasil a Semana de Visitas a Delegacias, iniciativa global da Altus em 23 países. Pesquisadores visitam 109 unidades em seis regiões metropolitanas, avaliam estrutura e atendimento e atribuem notas públicas às delegacias, estimulando transparência e padrões de atendimento. A experiência seria repetida em 2011, 2012 e 2013.

Público visita e avalia delegacias

Criação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Pesquisadores, policiais e organizações civis criam o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com apoio de fundações internacionais. O Fórum se torna referência nacional na produção de dados, consolidando o Anuário de Segurança Pública como fonte central de monitoramento da violência.

Criação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Entra em vigor a Lei 11.343, conhecida como Lei de Drogas

A lei assegura a despenalização do usuário de drogas, ou seja, quem for pego com drogas para consumo pessoal não pode mais ser preso, estando sujeito a penas alternativas como advertência, prestação de serviços à comunidade ou comparecimento a cursos educativos. No entanto, não estabelece critérios objetivos para diferenciação

2007

Rio de Janeiro sedia XV Jogos Pan-Americanos

O Rio recebe os Jogos Pan-Americanos com um dos maiores esquemas de segurança já montados no país, mobilizando 19 mil agentes e reforçando a militarização do espaço urbano.

Chacina do Alemão

Às vésperas dos Jogos Pan Americanos, a Polícia MIlitar organiza uma grande operação no Complexo do Alemão e deixa 19 mortos.

Apoio para familiares de vítimas de chacinas

Em janeiro de 2007, constitui-se formalmente O Projeto de Apoio a Familiares de Vítimas de Chacinas.A iniciativa contribui para o fortalecimento de grupos de familiares e movimentos nas suas denúncias contra violações de direitos e luta por justiça e para o amadurecimento de lideranças ainda hoje atuantes. O trabalho gera o livro Auto de resistência: relatos de familiares de vítimas da violência armada, publicado em 2009 pela 7 Letras.

Apoio para familiares de vítimas de chacinas

Criação do Pronasci

O governo federal lança o PRONASCI para articular segurança pública e políticas sociais, com foco em jovens, mulheres e territórios vulneráveis.

Morte do menino João Hélio, arrastado por criminosos

Durante um assalto no Rio de Janeiro, o menino de seis anos é arrastado por cerca de 7 km, preso ao cinto de segurança de um carro roubado. O crime gera comoção nacional e acend um intenso debate sobre a violência urbana e a impunidade, tornando-se um símbolo da barbárie criminal.

2008

CPI das Milícias na Alerj

O então deputado estadual Marcelo Freixo conduz a CPI na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Um marco no combate ao crime organizado, a comissão expõe a estrutura, a atuação e as redes de influência desses grupos paramilitares que controlavam comunidades através da violência e da extorsão.

Início do programa das UPPs

O Programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) se inicia com a implantação da primeira unidade, na favela Santa Marta. A iniciativa traz a promessa de uma mudança profunda na segurança pública, com a retomada de territórios dominados por grupos criminosos e presença policial permanente e de proximidade nas comunidades.

Jornalistas sequestrados e torturados por milicianos

Depois de duas semanas investigando as atividades da milícia na favela do Batan, Zona Oeste do Rio, motorista, fotógrafo e jornalista do jornal O Dia são detidos por miliciados e sujeitos à tortura. A ação seria um incentivo para a criação da CPI das Milícias na Alerj.

2009

Blogosfera policial em estudo

O CESeC analisa a proliferação de blogs de policiais que influenciam a opinião pública e antecipam a atuação de “policiais influenciadores” nas redes sociais, marcados por agendas conservadoras e disputas de narrativa sobre segurança.

Blogosfera policial em estudo

2010

UPPs: o que pensam os policiais

A pesquisa reúne grupos de discussão e questionários com policiais das UPPs para entender suas percepções sobre o programa e propor ajustes na política, com resultados apresentados a autoridades e especialistas em seminário público.

UPPs: o que pensam os policiais

Assistência jurídica a presos provisórios

O projeto oferece defesa gratuita a presos provisórios em delegacias do Rio, buscando garantir liberdade processual rápida e avaliar o impacto da assistência na proteção de direitos constitucionais.

Assistência jurídica a presos provisórios

2011

Assassinato da juíza Patrícia Acioly

A Juiza Patrícia Acioly é assassinada a mando de policiais, insatisfeitos com sua atuação em relação a um grupo de agentes que atuava na cidade de São Gonçalo, praticando homicídios e extorsões. O caso demonstra os riscos a que está exposto o Judiciário.

2012

Questionando a guerra às drogas

O projeto Atitudes relativas à descriminalização e regulação das drogas inaugura uma nova frente de pesquisa do CESeC, mapeando percepções sociais sobre o tema com grupos focais e um survey, para entender resistências ao debate e orientar estratégias de comunicação contra o proibicionismo.

2013

Massacre de Pedrinhas

A entrada do GEOP no Complexo de Pedrinhas para conter um motim termina com 45 presos mortos, em um dos piores massacres do sistema prisional, marcado por superlotação e violência sistemática contra detentos.

Onde está Amarildo?

Durante operação da UPP na Rocinha, o pedreiro Amarildo desaparece após ser detido por policiais, tornando-se símbolo dos desaparecimentos forçados no Rio e gerando ampla mobilização nacional com o slogan “Onde está Amarildo?”.

2014

Prêmio Gilberto Velho Mídia e Drogas anuncia vencedores

As ações do CESeC sobre o debate público de drogas incluem o Prêmio Gilberto Velho, que reconheceu reportagens de todo o país, e o workshop “Drogas em Pauta”, que reuniu mais de 70 profissionais de mídia para qualificar a cobertura do tema.

Prêmio Gilberto Velho Mídia e Drogas anuncia vencedores

Criação da Ponte Jornalismo

Um grupo de jornalistas insatisfeitos com a cobertura de segurança pública cria a Ponte Jornalismo, dedicada a cobrir a tema a partir da ótica dos Direitos Humanos

Criação da Ponte Jornalismo

Jovens em carreiras criminais

Em parceria com a ONG Luta pela Paz, o CESeC acompanha durante dois anos as trajetórias de 53 jovens do varejo de drogas inscritos em um projeto de desengajamento, registrando por meio de entrevistas e questionários os desafios e caminhos possíveis fora do crime.

Jovens em carreiras criminais

2015

Ministério Público: Guardião da Democracia?

A pesquisa sobre o Ministério Público mostra um órgão elitizado, majoritariamente branco e masculino, com baixo interesse no controle da polícia. Com 899 procuradores e promotores entrevistados, o estudo ganha repercussão nacional e resulta em livro publicado em 2016.

Ministério Público: Guardião da Democracia?

Chacina do Cabula

Durante uma incursão policial no bairro Cabula, em Salvador, 12 jovens negros são mortos. Outras seis pesssoas são feridas. As investigações do Ministério Público apontam para execuções sumárias, com as vítimas apresentando sinais de tortura e ausência de vestígios de pólvora. O caso se torna um símbolo da violência policial e do racismo.

2016

Movimentos

O CESeC apoia a criação do coletivo #Movimentos, formado por jovens de favelas do Rio, São Paulo e Bahia para disputar narrativas sobre a guerra às drogas. O grupo passa por formação, produz conteúdos e ganha autonomia, tornando-se referência nacional no tema.

Lançamento do Fogo Cruzado

Com o objetivo de mapear em tempo real a violência armada, registrando tiroteios e disparos a partir de relatos de cidadãos e monitoramento da imprensa, o Fogo Cruzado se expandiu. Desde seu lançamento, chegou a outras regiões metropolitanas do Brasil e já registrou milhares de alertas, gerando um volume inédito de dados sobre a dinâmica da violência.

Lançamento do Fogo Cruzado

2017

Crime e polícia no Rio de Janeiro: relatos no Facebook

Com a ascensão das redes sociais e a queda da mídia tradicional, o CESeC analisa 156 “páginas de bairro” no Facebook que divulgam regularmente notícias sobre violência, mapeando conteúdos e dinâmicas de engajamento para entender como esses espaços moldam a percepção pública da segurança.

Crime e polícia no Rio de Janeiro: relatos no Facebook

Um olhar sobre a mediação de conflitos no sistema de justiça

O CESeC lança livro sobre mediação de conflitos no Sistema de Justiça do Rio de Janeiro. O estudo se baseou em escuta de profissionais da mediação e o acompanhamento de sessões de mediação ocorridas na capital. O trabalho ermitiu revelar aspectos favoráveis ao enraizamento desse método de resolução de conflitos no Judiciário e apontar fatores que podem comprometer seu pleno aproveitamento.

Um olhar sobre a mediação de conflitos no sistema de justiça

2018

Intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro

A intervenção federal de Michel Temer na segurança do Rio colocou o general Braga Netto no comando e intensificou o uso das Forças Armadas nas operações, sem reduzir de forma sustentável a violência. O período foi marcado por alta militarização, custos elevados, aumento da letalidade policial e denúncias de violações de direitos.

Observatório da Intervenção

Em 16/2/2018, o governo federal decreta intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro e designa o general Walter Braga Neto para comandar a área. Francamente oposto à medida, o CESeC cria o Observatório da Intervenção, com objetivo de difundir análises objetivas sobre os impactos da intervenção e de contribuir com a mobilização de parceiros contra a violência e a discriminação nas favelas.

Observatório da Intervenção
Observatório da Intervenção
Observatório da Intervenção

Assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes

O assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, em meio à intervenção federal, gerou comoção nacional e internacional, expôs a infiltração do crime e das milícias na política e tornou-se marco do debate sobre violência, democracia e direitos humanos no Brasil.

Morte do menino Marcos Vinicius, na Maré

Morto por uma bala perdida durante uma operação militar no Complexo da Maré, Marcos Vinicius vestia o uniforme escolar e estava a caminho da escola. Sua morte trágica, em pleno período da Intervenção Federal na segurança do RJ, tornou-se um símbolo do alto custo humano das operações policiais em favelas e intensificou o debate sobre a letalidade das ações de segurança.

Jair Bolsonaro é eleito presidente da República

Jair Bolsonaro vence as eleições presidenciais de 2018 com uma plataforma baseada no endurecimento das políticas de segurança pública, no armamento da população e no respaldo às forças policiais.

2019

Letalidade policial e pessoas desaparecidas

Em um estudo que analisa dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) sobre pessoas mortas pela polícia e pessoas desaparecidas entre 2006 e 2018, o CESeC compara o perfil das vítimas e mostra o aumento do número de desaparecidos em áreas de UPPs, citando o caso do pedreiro Amarildo, morador da Rocinha, em 2013.

Uma Rede de Observatórios

A partir da experiência do Observatório da Intervenção, o CESeC cria a Rede de Observatórios, reunindo instituições e ativistas para monitorar segurança pública e direitos humanos em cinco estados. O projeto se expande para nove unidades da federação, produzindo dados regulares e fortalecendo o diálogo com imprensa, sociedade civil e autoridades.

Uma Rede de Observatórios

PSB apresenta proposta da ADPF 635 ao STF

A ADPF 635, apresentada pelo PSB ao STF, ficou conhecida como “ADPF das Favelas” e levou à suspensão de operações policiais durante a pandemia, o que reduziu a letalidade. A decisão também obrigou o estado do Rio a apresentar um plano de controle da violência policial e de proteção de direitos.

Drogas: quanto custa proibir?

O projeto mede os custos sociais e econômicos da proibição das drogas no Brasil, com foco em segurança pública, justiça, saúde, educação e impactos territoriais. Utiliza dados oficiais e metodologias próprias desenvolvidas pela equipe, incluindo pesquisadores estrangeiros, e reúne os resultados em plataforma aberta.

Drogas: quanto custa proibir?

2020

Início da pandemia de Covid-19

A confirmação do primeiro caso de COVID-19 marca o início da pandemia no país. A partir de março, são implantadas medidas de distanciamento social e fechamento de unidades escolares e estabelecimentos e comerciais.

Reconhecimento facial na segurança pública

Com o uso cada vez maior de tecnologias de reconhecimento facial em políticas de segurança pública, o CESeC cria o Panóptico, monitor que acompanha a aplicação dessas tecnologias no Brasil. O projeto torna-se uma referência no debate sobre as questões associadas à tecnologia, que envolvem a privacidade dos cidadãos e o potencial de reforço ao viés racial na atuação policial.

2021

Pessoas desaparecidas no Rio de Janeiro

A pesquisa sobre desaparecimentos no Rio de Janeiro analisa dados do Disque Denúncia e entrevistas com familiares, revelando as dificuldades enfrentadas por quem busca respostas em um estado que registra mais de cinco mil casos por ano.

Pessoas desaparecidas no Rio de Janeiro

Chacina do Jacarezinho deixa 28 mortos

A operação da Polícia Civil no Jacarezinho, realizada sob o pretexto de investigar o tráfico e o roubo de cargas, causa a morte de 27 moradores e um policial. Considerada a chacina mais letal da história carioca; a maioria dos inquéritos foi arquivada.

2022

A fé como política pública: comunidades terapêuticas

A pesquisa sobre comunidades terapêuticas no Rio de Janeiro identifica 109 unidades em 19 municípios e entrevista dirigentes e parlamentares. Na etapa seguinte, visitas revelam práticas de doutrinação religiosa e restrição de liberdade dos acolhidos.

A fé como política pública: comunidades terapêuticas

Número de pessoas com certificado de registro de armas de fogo aumenta

Entre 2019 e 2022, o governo Bolsonaro flexibiliza o Estatuto do Desarmamento, e o número de armas em posse de civis, caçadores, atiradores e colecionadores cresce sete vezes, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

2023

Lançamento Drogas Quanto Custa Proibir no Museu de Arte do Rio (MAR)

Em setembro de 2023, o CESeC realizou no Museu de Arte do Rio o evento “Quanto Custa Proibir?”, que apresentou os resultados de quatro anos de pesquisa sobre os impactos da guerra às drogas no Brasil, revelando seus custos bilionários e os efeitos da política proibicionista nas desigualdades raciais e sociais.

Lançamento Drogas Quanto Custa Proibir no Museu de Arte do Rio (MAR)
Lançamento Drogas Quanto Custa Proibir no Museu de Arte do Rio (MAR)
Lançamento Drogas Quanto Custa Proibir no Museu de Arte do Rio (MAR)

2024

Dados, esporte e reconhecimento facial

Em 2023, o reconhecimento facial chega aos estádios de futebol, expondo torcedores à vigilância e à coleta massiva de dados. O CESeC inicia o monitoramento dessa tecnologia e, em 2024, lança o relatório Esporte, dados e direitos, que alerta para os riscos do seu uso indiscriminado e propõe garantias de proteção aos cidadãos.

Decisão estabelece limite para usuário de maconha

O STF define que o porte de até 40 gramas de maconha para consumo pessoal não configura crime, mas sim infração administrativa, sem consequências penais. A decisão estabelece um limite para diferenciar usuários de traficantes.

Assassinos de Marielle e Anderson condenados

Os executores do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, são condenados pelos homicídios. Lessa, apontado como o autor dos disparos, recebe pena de 78 anos e 4 meses de prisão, enquanto Queiroz, o motorista do carro usado no crime, é condenado a 71 anos e 6 meses.

Assassinos de Marielle e Anderson condenados

2025

Cidades Seguras para Mulheres

O projeto Cidades Seguras para Mulheres, desenvolvido pelo CESeC em parceria com a Prefeitura de Canaã dos Carajás e a Vale, atua no enfrentamento à violência de gênero em contextos urbanos e rurais. Em 2025, o seminário do projeto reuniu gestoras, pesquisadoras e lideranças locais para discutir masculinidades, equidade e políticas integradas que garantam às mulheres o direito de viver com segurança e dignidade.

Cidades Seguras para Mulheres
Cidades Seguras para Mulheres

Encontro da Rede de Observatórios em Manaus

O encontro da Rede de Observatórios em Manaus reuniu pesquisadores da Amazônia e de outros estados para debater segurança pública, garimpo ilegal e violência policial, fortalecendo parcerias regionais e ações conjuntas de pesquisa e comunicação.

Julgamento da ADPF 635 no Supremo

O julgamento da ADPF 635 no STF cobrou do Estado do Rio de Janeiro provas concretas de redução das mortes em operações e debateu a adoção obrigatória de câmeras corporais e regras para o uso das gravações.