Ações criminosas no Rio foram orquestradas de presídio no Paraná

Bandidos de dentro do presídio de Catanduvas teriam organizado os ataques de facções criminosas. O setor de inteligência da polícia do Rio já vinha monitorando a comunicação entre os presos.

 

O comando da Polícia colocou todo o efetivo nas ruas. Medidas duras que começaram ontem e se intensificaram nesta quarta-feira como forma de coibir novas ações e tranquilizar a população.

O estado é de prontidão. Na Penha, subúrbio, moradores ficaram acuados em meio a muitos tiros. A PM e a Polícia Civil reagem. Fazem operações em pelo menos 17 favelas à procura dos criminosos.

“O crime não nos intimida. Os criminosos tem que compreender que a polícia está aqui para proteger a população e fará todos os esforços para isso. Estas operações não tem prazo para acabar”, declara o Cel. Mário Sérgio Duarte, comandante-geral da PM-RJ.

Mil e trezentos policiais que faziam trabalhos internos em batalhões estão nas ruas. Folgas e férias foram canceladas.

“São ataques que desafiam o Estado que tem por objetivo intimidar a população. O que é importante realmente é não só, que seja aumentado o policiamento ostensivo, mas que também a área de inteligência tanto da secretaria de Segurança, quanto da Administração Penitenciária possa agir de forma rápida e eficaz procurando antecipar alguns desses ataques”, declara Julita Lemgruber, socióloga.

Também hoje começaram a chegar ao Rio policiais rodoviários federais de quatro estados mais o Distrito Federal que vão aumentar em quatro vezes o efetivo nas estradas federais que cortam o Rio.

Segundo investigações da polícia a ordem para os ataques partiu de dentro do presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, onde traficantes cariocas estão presos.

Numa carta, uma das interceptadas pela polícia, um traficante se refere aos policiais das UPPs – Unidades de Polícia Pacificadora como bruxos, diz que a ação foi combinada com outros traficantes, na carta, chamados de amigos, e diz que tem de ser de uma vez só, para abalar tudo.

As cartas demonstram a insatisfação dos bandidos com as unidades de polícia pacificadora, as UPPs, que aumentaram a presença e a atuação da polícia no combate ao tráfico de drogas. É um policiamento permanente em doze favelas cariocas.

O governo do Rio pediu ao Ministério da Justiça a transferência de oito presos do Rio para presídios de segurança máxima de Porto Velho, Rondônia.

O governo federal ofereceu ajuda da Força Nacional de Segurança. A especialista em segurança não apóia o uso de tropas federais. “Eu não acho que seja o mais adequado neste momento, porque sempre este tipo de ação é uma ação que acontece por alguns dias, algumas semanas, mas depois estas pessoas se retiram”, declara a socióloga.

Visualizar matéria

versao para impressão

Mais Participações