TTO – Para os moradores das favelas do Rio de Janeiro, no Brasil, que sofrem com a violência de cartéis de drogas, a morte também vem do céu, por atiradores de elite montando helicópteros.
Segundo a agência de notícias AFP, com a tarefa de caçar membros de gangues, projetar helicópteros perto de jardins de infância e escolas secundárias, como se o Brasil estivesse em guerra.
“Quando o helicóptero estava tão perto de nossas cabeças, parecia que eles estavam prestes a pousar em nossos telhados. O som do motor era ensurdecedor e as janelas tremiam”, disse Thais Custodio, morador. na favela da Maré, frustrada.
Este bairro, com mais de 140.000 habitantes, está localizado próximo ao aeroporto internacional do Rio – a principal cidade turística do Brasil.
As gangues são uma ameaça constante nos bairros pobres porque vivem na pobreza.
Em todos os cantos estreitos, cheios de fios que se estendiam verticalmente, era raro os adolescentes balançarem com metralhadoras. Na área da Maré, existe uma grande estrada que é descrita como a “Faixa de Gaza” porque delimita as fronteiras territoriais entre duas gangues rivais. Tiros são tão frequentes quanto entre Israel e a Palestina.
A razão pela qual o governo usou helicópteros para caçar os homens armados da gangue foi porque a área da Maré foi formada no chão, o que era muito conveniente para a intervenção de helicópteros. Essa situação é diferente das outras favelas do Brasil que se formavam ondulantes nas encostas.
Em 2009, um helicóptero da polícia brasileira foi abatido por gângsteres na encosta norte do Rio, matando três policiais. O incidente fez com que a polícia às vezes se esquivasse de uma maneira que caçava do ar.
Porém, dez anos depois, o método de caça policial de helicópteros mostrou sinais de retorno mais forte.
Segundo a organização não governamental Redes da Maré, os helicópteros foram utilizados novamente em 21/8 de operações policiais brasileiras nos primeiros 6 meses deste ano. Esses ataques mataram 15 pessoas em toda a favela da Maré.
Espera-se que o nível aumente acentuadamente, porque em 2018 houve apenas 3 ataques.
Para Camila Barros, que está realizando pesquisas e coletando informações sobre a situação de segurança da Fundação Redes da Maré, não há evidências de que atiradores de elite de helicópteros tenham derrotado pistoleiros no chão.
Segundo ela, os helicópteros da polícia costumavam “localizar” contrabandistas de drogas subterrâneos e a polícia só abriu fogo para forçá-los a fugir em direção à equipe de emboscada.
“O helicóptero estava muito baixo, voando para levar os traficantes para o local da emboscada”, explicou Barros.
Ela disse que houve uma operação policial em junho, horas após o confronto e centenas de buracos de bala, mas o número de mortes era desconhecido.
O aumento no número de ataques com helicópteros é atribuído à política do novo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
Chegando ao poder em janeiro deste ano, em maio, Witzel ficou surpreso ao aparecer em um videoclipe, mostrando-o sentado em um helicóptero com atiradores de elite atirando nas favelas.
O governador Witzel é considerado um forte seguidor do novo presidente Jair Bolsonaro.
Mas Silvia Ramos, especialista do Centro de Pesquisa em Segurança e Direitos Civis (Cesec), disse que o uso atual de helicópteros para caçar infratores de drogas “espalha mais terror nas pessoas”.
Mas os políticos de direita são a favor da repressão cinematográfica. “Estamos em uma guerra civil”, disse Capitão Augusto, um deputado de direita, à agência de notícias AFP.
Ele é um dos líderes do grupo da Assembléia Nacional do Brasil que apóia autoridades usando armas de fogo.
“Se alguém está armado com submetralhadora, essa pessoa se torna um perigo e deve ser abatida, seja de um atirador de elite, de um drone ou de um helicóptero”, disse o deputado Augusto. inflexível.
Parece que as pessoas da região da Maré terão que conviver com seus medos por um período desconhecido.
A Rede da Maré disse que recebeu 1.500 pinturas infantis na área em um concurso em agosto. A maioria deles pintou cenas de helicópteros voando no alto com fileiras de balas atirando no chão.
“Todos estão aterrorizados, inclusive os professores, mas devem manter a calma para salvar a si mesmos e salvar seus alunos”, disse Fernanda Viana Araujo, mãe de três filhos na Maré.
“Na Maré, as crianças não vêem a escola como um lugar seguro. Todos sabem que podem ser atingidos na cabeça por uma bala perdida”, disse Araujo.
Enquanto isso, o Instituto de Segurança Pública (ISP) confirmou que mais de 1.400 pessoas no estado do Rio foram mortas pela polícia nos primeiros nove meses deste ano, um aumento de 18,5% em relação ao mesmo período de 2018.