Nas favelas do Rio, não há como retirar os bandidos de seus territórios sem confronto.
No Morro do Cantagalo e nas favelas do Pavão-Pavãozinho, em plena zona sul do Rio, ainda impera a lei do silêncio. “Não tenho opinião para dar. “Não quero falar nada não, nada”, dizem os moradores.
A operação da polícia abre caminho para a instalação de mais uma unidade de Polícia Pacificadora. Será a quinta que tem a missão de ocupar permanentemente locais até então dominados pelo tráfico.
Outras quatro já funcionam no Morro Dona Marta, em Botafogo, no Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme, no Batan, em Realengo e na Cidade de Deus, em Jacarepaguá.
Nestas comunidades, o índice de criminalidade caiu, as bocas de fumo sumiram e os policiais são novos, sem os vícios antigos da corporação. O Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, diz que as unidades pacificadoras servem para eliminar o domínio territorial das quadrilhas.
“Nós não temos a pretensão de que nós vamos acabar com o tráfico, acabar com a violência. O objetivo da Unidade Pacificadora é acabar com a lógica da territorialidade imposta pelo fuzil, isto sim acabou”.
A especialista, Sílvia Ramos, ouvida pelo Jornal da Globo diz que os benefícios das Unidades Pacificadoras podem se perder se, junto com a entrada dos policiais, não vierem também as indispensáveis ações sociais do estado.
“Há uma demanda enorme de jovens, com baixa escolaridade e sem experiência profissional, mas sabendo agora que não mais vão pertencer ao tráfico de drogas para algum tipo de trabalho que eles possam substituir aquela vida que é dura para todo mundo”.