Criminosos exploram comércio ilegal de gás no Complexo do Alemão, diz Exército

A Secretária de segurança anunciou que a Unidade de Polícia Pacificadora chega ao Alemão em março.

A Secretaria de Segurança do Rio divulgou nesta quinta-feira (08) o plano de ocupação permanente do Complexo do Alemão, quando militares forem substituídos por PMs. O Exército afirma que, com o combate ao tráfico, os criminosos estão explorando agora o comércio ilegal de gás.

Procuradores do Ministério Público Militar estiveram hoje no Complexo do Alemão para investigar denúncia de que traficantes estariam obrigando moradores a transportar drogas para a quadrilha.

“Nós fomos informados hoje pelo general que muitas pessoas procuram eles e falam ‘por favor, continuem com a revista porque nós estamos sendo obrigados a levar drogas escondidas dentro das bolsas”, conta Luciano Gorrilhas, do Ministério Público Militar.

Outra ação dos criminosos é o controle sobre a venda de botijões de gás na comunidade. Segundo o Exército, vários depósitos são controlados pelo tráfico.

“Esse recurso ele atende ao caixa do crime organizado. Na medida em que nos reduzimos o tráfico de drogas na área, há uma quebra natural e aí a compensação é partir para outros ilícitos”, diz o general César Leme Justo, da Força de Pacificação do Exército.

Mas mesmo depois da repressão à venda ilegal de gás nas comunidades, o tráfico ainda tem domínio sobre esse comércio. É que revelam outras revendas que ficam fora do Complexo do Alemão.

O repórter do Jornal Nacional tentou comprar um botijão de um depósito num bairro próximo.

– Você entrega aqui dentro do complexo?

– Não amigo.

– Por que ?

– Nós não pode entrar aí. Os caras falaram que só eles que podem vender aí, né. Proibiram a gente de entrar aí, o negócio é esse.

A socióloga Julita Lemgruber cobra a chegada dos serviços públicos às comunidades pacificadas.

“Há uma evidente defasagem entre política de segurança pública e as políticas sociais”, diz a socióloga Julita Lemgruber.

A Secretária de segurança anunciou, hoje, que a Unidade de Polícia Pacificadora chega ao Alemão em março. Serão nove bases no conjunto de favelas. A substituição dos soldados do Exército por PMs vai ser aos poucos. Vai até junho, quando o total vai chegar a 2,2 mil policiais.

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