Rio registra um arrastão a cada 24 horas, em média, nos últimos dias

TV Globo – Jornal Hoje

A onda de violência em avenidas e vias expressas levou o governo do Rio a antecipar a troca de comando em 19 batalhões e unidades administrativas da Polícia Militar.

 

Nesta manhã, durante uma troca de tiros entre PMs e bandidos no subúrbio, três pessoas foram feridas por balas perdidas. Uma mulher morreu quando era atendida, no hospital.

Manhã de pânico na Penha, no subúrbio do Rio. Houve tiroteio entre policiais e bandidos no Morro da Caixa D’água. A polícia tentava recuperar um caminhão roubado. Moradores ficaram na linha de tiro. Duas horas depois do tiroteio homens armados estavam no alto do morro.

Em vários pontos, o policiamento foi reforçado durante o dia e à noite por causa de uma sequência de arrastões que assusta os moradores do Rio.

Armados com pistolas, metralhadoras e até granadas, os bandidos aproveitam os engarrafamentos ou lugares de trânsito mais lento para fechar os carros e roubar os motoristas.

Em nove dias, foram pelo menos nove arrastões em bairros do Rio e também na Baixada Fluminense. O último foi ontem à noite. Dois homens roubaram dois motoristas e um motociclista em laranjeiras. O bairro é o mesmo do Palácio Guanabara, sede do governo do Rio.

Para recuperar carros que foram roubados nessas ações, a polícia fez ontem uma operação no Morro da Mangueira, na zona norte. Os policiais encontraram um carro, mas foram recebidos a tiros pelos traficantes.

No tiroteio, um menino de 13 anos, Matheus Peres Viana, foi atingido com uma bala perdida na porta de casa e morreu.

Alguns sociólogos que estudam segurança pública dizem que há uma concentração de policiais nas favelas ocupadas pelas UPPs – Unidades de Polícia Pacificadora. Segundo essa tese, a repressão ao tráfico de drogas leva as quadrilhas das favelas pacificadas a procurar outro tipo de crime.

Para Julita Lemgruber, é prematuro afirmar isso, mas a socióloga questiona a falta de policiamento em algumas áreas da cidade. “A gente sabe que nas últimas turmas de policiais formadas na academia de polícia militar, esses policiais tem sido encaminhados prioritariamente para as UPPs”, diz.

“Eu não ligaria essa falta de policiamento às UPPs. O efetivo de dois batalhões da Polícia Militar, há alguns ano não é um efetivo ideal. Mas o nosso planejamento contempla retomar essas áreas com a ajuda da UPP, promover uma integração da PM com a Polícia Civil para estudo dos fenômenos e distribuir os recursos com qualidade e não necessariamente com quantidade. Eles têm que estar onde o crime acontece, na hora que acontece, para prevenir e, se for o caso, prender imediatamente após”, declara Roberto Sá, subsecretário de Segurança Pública – RJ.

A onda de arrastões provocou a antecipação da troca nos comandos de 19 batalhões da Polícia Militar e unidades da PM. As substituições começam amanhã. É uma tentativa de mudar as estratégias para conter esse tipo de crime.

Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro os arrastões são ações isoladas e praticadas por bandidos drogados entre 17 e 25 anos.

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