Intervenção Federal no Rio de Janeiro cinco anos depois: uma análise de operações policiais na região metropolitana do Rio de Janeiro entre 2018 e 2022

Cinco anos depois, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro parece uma memória fragmentada, mas seus efeitos podem ainda ser sentidos. Durante esses cinco anos, a Rede de Observatórios da Segurança monitorou 4.411 operações policiais na Região Metropolitana do Rio. São dezenas de operações realizadas diariamente, com uso de armamento pesado e, em boa parte das vezes, com registros de violações e mortes.

Em resposta à ameaça de aprofundamento da violência que se apresentava com a intervenção federal, o CESeC criou em 2018 o Observatório da Intervenção, projeto que monitorou, tornou público e denunciou a violência produzida pelas ações policiais, os gastos bilionários em uma guerra perdida e a impunidade cristalizada na falta de respostas sobre o mandante do assassinato de Marielle Franco. O projeto deu origem à Rede de Observatórios da Segurança, que hoje, além do Rio de Janeiro, monitora indicadores de violência em outros sete estados do país (BA, CE, MA, PA, PE, PI e SP).

Este relatório mostra que, apesar de ter ficado no passado, boa parte dos dilemas impostos pela intervenção permaneceram no cenário do Rio de Janeiro. Com a chegada de novos governadores prometendo mais violência policial, aumentaram não só as operações como o número de chacinas (eventos com três ou mais mortes) delas decorrente. Mais de cem chacinas foram registradas nesses cinco anos de monitoramento, incluindo as do Jacarezinho (2021, 28 mortos), Vila Cruzeiro  (2022, 24 mortos) e Alemão (2022, 17 mortos).

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