UPPs: Uma polícia de que gênero?

Resumo: Baseado nos dados dos surveys com policiais de UPP realizados pelo CESeC, em grupos focais com praças femininas e masculinos, e em entrevistas abertas com mulheres policiais atuantes em quatro UPPs, o texto ressalta a dimensão da identidade policial constituída intersubjetivamente dentro da PM e nas comunicações cotidianas com os moradores das favelas. O sentimento de ser reconhecido(a) e “respeitado(a)”, que toma parte nessa identidade, alude a um campo simbólico que encontra na linguagem de gênero um de seus alicerces, deitando raízes mais profundas numa cultura policial atrelada à lógica da virilidade violenta. A partir dessa constatação, o texto formula duas sugestões específicas: a inclusão de processos reflexivos de gênero na formação continuada dos policiais e a constituição de espaços físicos e virtuais de diálogo, inspirados na mediação de conflitos e nas práticas restaurativas – espaços nos quais policiais e moradores pudessem não apenas expressar suas demandas e insatisfações, mas sobretudo experimentar outra forma de escutar e de lidar com suas desavenças.

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