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nov
BATALHAS DIGITAIS#10 – Racismo Algorítmico

Direitos na rede

“Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista.” A frase de Angela Davis no livro “Mulheres, raça e classe” vale mais do que nunca para o 20 de novembro de 2020. Um ano atravessado pela pandemia de Covid-19, mas que também será conhecido pelo ressurgimento e expansão global do movimento Black Lives Matter a partir do assassinato de Goerge Floyd por um policial nos EUA, em 25 de maio.

No âmbito da tecnologia, a propalada convergência digital mostra sua face mais violenta quando o aparato cibernético é empregado pelo Estado contra pessoas pessoas negras. A população, que sobreviveu ao sequestro e à escravização no início da civilização ocidental moderna, enfrenta hoje estratégias aprimoradas: é invisibilizada, apagada, vulnerabilizada no online, e, com frequência, encarcerada e assassinada na vida real. É o racismo algorítmico. No horizonte da negritude, por exemplo, as cidades inteligentes são apenas uma miragem, com um altíssimo risco de mais opressão tecnológica via reconhecimento facial.

Mas nem só de açoite vive a pele negra. Basta abrir os olhos e ouvidos e os tambores, as lanças e as danças serão sentidos por toda a parte. A resistência também foi, é e será mediada pela tecnologia. E sem consciência negra, sem ciência das diferenças de raça, não existe inteligência que não seja colonial, patriarcal e excludente.

O Batalhas Digitais #10, episódio especial, recebe duas pessoas que exemplificam a potência do sentir, do pensar e do fazer com pessoas negras, que estão realizando uma renovação nos processos raciais excludentes da tecnologia: Sil Bahia, diretora da ONG Olabi, colaboradora na plataforma AFROFLIX e no documentário KBELA; e Pablo Nunes, coordenador adjunto do Centro de Estudos em Segurança e Cidadania (CESeC) e da Rede de Observatórios em Segurança. A mediação é de Paulo Rená, fundador do Instituto Beta: Internet e Democracia.

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