#Movimentos no programa ‘Conversa com Bial’

No ‘Conversa com Bial’, artistas da Rocinha e do Complexo do Alemão falam sobre a luta em mostrar o lado bom das favelas e a velha guerra contra as drogas

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Conversa com Bial desta quinta-feira, 28/9, foi com os jovens Mc Martina, poeta e rapper; Raull Santiago, ativista e criador do coletivo Papo Reto; Samuel Silva, empreendedor do Net Rocinha; e Edu Carvalho, estudante de jornalismo. Na conversa, eles falaram da arte na Rocinha e no Complexo do Alemão e, claro, da esperança de ver um Rio de Janeiro melhor.

Alerta na favela

“Existe uma coisa na favela que se chama bala perdida, essa guerra tem um território específico. Muitas vezes eu, que tenho filhos, antes de ir para o colégio, vemos os grupos das redes sociais para saber como está a favela” (Raull Santiago)

Raull Santiago explica que usa redes sociais para identificar pontos de tensão na favela

Mas a guerra…

“[A guerra atrapalha] porque é muita instabilidade. Tem gente que vai embora da comunidade, e é um cliente que vai embora” (Samuel Silva)

Convidados denunciam a violência nas favelas (Foto: Higor Gargiulo/TV Globo)

Mas vale muito lutar…

“A favela é o berço da criatividade” (Mc Martina)

E lutar…

“A arte periférica não é valorizada. Não é aquilo que a grande mídia divulga. Lá no Alemão estamos organizando uma batalha de poesias, o slam” (Mc Martina)

Eles defendem um lugar mais seguro para viver e trabalharem (Foto: Higor Gargiulo/TV Globo)

O grande problema das favelas são as drogas?

“Vamos olhar a favela a partir das coisas positivas e não só pelas drogas. […] A gente não consegue ultrapassar essa barreira [da imagem negativa] e mostrar essa produtividade toda. Isso é o que nos puxa para comunicação independente” (Raull Santiago)

“Ser a favor não é uma simples fala, é pelo processo de todo histórico que a gente vive” (Raull Santiago, sobre a legalização das drogas)

“Políticas de drogas não é só questão de segurança pública, é saúde e educação” (Mc Martina)

Convidados também discutem a guerra contra as drogas (Foto: Higor Gargiulo/TV Globo)

Martina esbanja poesia

“A gente chega em algum trem e grita ‘ataque’ e ‘poético’! […] A gente homenageia um autor da poesia brasileira e também as poesias autorais […] e ressaltar as poesias marginais que existem dentro das periferias”

Mc Martina encerra programa com poema

União do conhecimento

“A partir [da união] das nossas pontências para mostrar que a favela, historicamente estereotipada, não é um problema. É uma potência e , às vezes, é a solução que a cidade precisa” (Raull Santiago)

A descoberta das artes de Martina

“Eu sou universitária da rua, a rua me ensinou muita coisa. Ano passado não sabia o que ia fazer da vida, […] daí descobri um projeto social chamado Gato Mídia, fiquei duas semanas lá fazendo várias oficinas e me apaixonei pela comunicação. No final do ano, surgiu o Mc Martina. Eu sempre li bastante na escola, mas na escola não tinha conhecimento crítico, foi na rua mesmo. Quando me descobri poeta foi num evento que trabalhei servindo café”

Mc Martina conta como foi seu primeiro contato com a poesia

Morador da favela x escola

“A gente precisa provar antes de sermos alvo. Apesar de todas as coisas incríveis que a gente faz, o tempo todo estamos sob o olhar de inferior, de que precisa de algo e não que pode sugerir algo. A gente tenta derrubar isso” (Raull Santiago)

Edu escreve um jornal com as boas notícias da Rocinha

“A gente quer passar tudo aquilo que as pessoas não conseguem ver da Rocinha. Queria que todo mundo visse a Rocinha dessa perspectiva”

Samuel, o empreendedor do Net Rocinha

“A empresa foi fundada em 2011. […] A pacificação das favelas organizou mais as coisas”

Existe um custo mais alto na Rocinha?

“É um bolsão de classe média. […] Após a pacificação as coisas tiveram um aumento, não é tão barato hoje. Ela está entre São Conrado e Leblon, os dois bairros mais caros, morar na Rocinha é viver sob um custo mais alto do que em outras favelas” (Edu Carvalho)

Convidados falam sobre o medo

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