O livro tem dois objetivos: conhecer as experiências da população carioca com a Polícia, sobretudo em contextos de abordagem ou blitz e conhecer os mecanismos e critérios de construção da suspeita por parte dos policiais militares. No segundo ponto, a obra busca verificar a possível influência de filtros sociais e raciais na definição dos “elementos suspeitos”, ou seja, das pessoas com maior probabilidade de ser paradas e revistadas pela Polícia.
A pesquisa do livro combinou métodos quantitativos e qualitativos. Inicialmente, foram feitas entrevistas com militantes do movimento negro e com jovens envolvidos em trabalhos culturais em comunidades. A segunda etapa consistiu então numa pesquisa de campo domiciliar, executada pela Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas , em junho-julho de 2003. Realizaram-se ainda entrevistas abertas com policiais militares de diferentes batalhões do município, com o objetivo de compreender a dinâmica e a lógica das abordagens e blitz, e de captar opiniões de segmentos da própria PM a respeito dos temas focalizados pela pesquisa.