Pele alvo: a cor que a polícia apaga

Pelo terceiro ano consecutivo, a Rede de Observatórios da Segurança, atualmente composta por sete estados (BA, CE, MA, PE, PI, RJ e SP), mostra que existem pessoas com a “pele alvo”. São dados referentes a 2021, produzidos pelas polícias e obtidos via Lei de Acesso à Informação. Eles resultam de práticas cotidianas de agentes públicos, quase sempre naturalizadas, às vezes banalizadas e aplaudidas.

Os números revelam uma dimensão política assustadora: governos de extrema direita, de centro ou de esquerda podem conceder autorização explícita para que agentes atirem para matar, se os alvos forem jovens negros. Essas práticas de letalidade, fora de controle em alguns estados, têm o nome de “políticas de segurança”.

O relatório é uma demonstração de que parte do racismo brasileiro desfila orgulhosamente sua crueldade, sendo a polícia o núcleo duro desse racismo, que mata com tiro de bala – e não apenas com negligência, indiferença ou incompetência, como ocorre em outros âmbitos das políticas sociais.

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