Defensoria da União apura se moradores da Vila Cruzeiro estão impedidos de socorrer feridos

Moradores carregam corpo pelas ruas da Vila Cruzeiro - Reprodução

Megaoperação das forças de seguranças continuam nos complexos do Alemão, Penha e Maré

RIO – Moradores estão tentando retirar corpos e possíveis feridos na região da mata da localidade conhecida como Chatuba, na Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, na Zona Norte do Rio. Em um vídeo que circula nas redes sociais, na tarde desta terça-feira, eles usam um lençol para resgatar um corpo, enquanto barulhos de tiros são ouvidos. Uma megaoperação é realizada pelas Forças Armadas pelo segundo dia consecutivo nos complexos da Penha, do Alemão e da Maré.

O Globo, 21/08/2018

Integrantes da Defensoria Pública da União (DPU) receberam uma série de denúncias de moradores da Vila Cruzeiro, que estão sendo impedidos por militares de socorrerem os feridos que ainda não estão na mata da comunidade, atingidos nos confrontos que ocorreram na megaoperação desta segunda-feira.

Há relatos de que militares do Exército não estariam permitindo que parentes retirassem os corpos no interior da comunidade. Moradores teriam se unido aos mototaxistas da região para ajudar na mobilização. “Como que vão retirar os corpo de lá? Vão deixar os urubus comendo os corpos? — questionou uma moradora, que preferiu não ser identificada.

— Está muito tenso, muito tenso mesmo. Está passando um riacho de sangue aqui na minha porta, contou outra moradora da Vila Cruzeiro, que não foi identificada.

Os defensores fazem parte do Observatório da Intervenção Federal, que tem como objetivo acompanhar os fatos e desdobramentos da intervenção, identificar, reunir, documentar e divulgar violações de direitos em favelas e bairros. Divulgar análises dos resultados da intervenção mobilizar entidades, lideranças comunitárias, ativistas e jornalistas atuantes nos temas de segurança pública e política de drogas na criação de uma rede apoiadora das ações do observatório.

Segundo o delegado Rodrigo Oliveira, titular da 22° DP (Penha), dois corpos chegaram no Hospital Getúlio Vargas, na Penha e já foram identificados. Procurada a Assessoria da Polícia Civil, não passou detalhes se esses mortos se referem aos cinco divulgados pelo Comando Conjunto na segunda-feira ou se são os denunciados por moradores nesta terça.

Pelo menos sete pessoas morreram durante o confronto nesta segunda-feira, entre eles dois militares. O soldado João Viktor da Silva, de 21 anos, e o cabo Fabiano de Oliveira Santos, de 36 anos. Um outro militar ficou também ficou ferido, mas sem gravidade. Segundo o Comando Militar do Leste (CML), os outros cinco mortos eram do tráfico local. Durante a atuação dos militares 60 pessoas foram presas.

Assessoria de Comunicação Social do Comando Conjunto informa que, até o presente momento, não há confirmação referente a essas informações.

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