Manifestação homenageará vítimas da violência

RIO – Dois balões de gás vermelho com uma cruz pintada no meio serão expostos nesta terça-feira em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, para homenagear duas vítimas da violência carioca: o jovem Daniel Duque, assassinado na saída da boate Baronetti, em Ipanema, e o menino Ramón Fernandes Dominguez, atingido por uma bala na cabeça durante um tiroteio entre policiais e traficantes na Favela do Muquiço, em Guadalupe. Segundo reportagem de Cláudio Motta e Maria Elisa Alves publicada na edição desta terça-feira do jornal O Globo (acesso à íntegra disponível somente para assinantes) , a manifestação – promovida pelo movimento Rio de Paz – tem como objetivo sensibilizar o governador Sérgio Cabral para o alto índice de homicídios no estado. O presidente do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, quer marcar uma audiência com o governador:

– Queremos uma nova polícia, bem remunerada e preparada. Se nada for feito, vamos preparar uma manifestação em frente à sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York, alertando para os índices de criminalidade no Rio e no Brasil.

No sábado é a vez de amigos e parentes de Daniel Duque se reunirem na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. O protesto pedirá que o policial Marcos Parreira do Carmo não fique impune.

Especialistas criticaram o uso de PMs para vigilância. De acordo com a pesquisadora Sílvia Ramos, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, da Universidade Candido Mendes, trata-se de um desvio de função.

Em nota, a Polícia Militar repudiou a atitude do policial que atirou no rapaz no meio da confusão. Ele poderá ser expulso da corporação.

Diguinho vai à delegacia do Leblon dar sua versão do que aconteceu na porta da boate

O jogador Rodrigo Oliveira Bittencourt, o Diguinho, prestou depoimento nesta segunda-feira na 14ª DP (Leblon), como testemunha da morte do estudante Daniel Duque. Mas, ao deixar a delegacia, Diguinho se recusou a falar. A assessoria de imprensa do jogador divulgou uma nota, na qual Diguinho diz que não conhecia o rapaz morto por um PM que fazia a segurança do filho da promotora Márcia Velasco e que lamenta o que aconteceu. Ele não disse na nota o que aconteceu diante da casa noturna.

Antes da chegada do jogador à delegacia, um grupo de amigos de Daniel Duque, ainda abalado com a morte do jovem, esteve na 14ª DP para se inteirar das investigações. Eles voltaram a afirmar que o policial atirou para o alto, a esmo, e efetuou um disparo em direção ao chão. Momentos antes, o grupo tentou fazer uma manifestação na porta do Colégio GPI, na Lagoa, onde estudava Daniel Duque.

Testemunhas que estavam com Daniel Duque e um flanelinha que presenciou a confusão têm versões diferentes para o caso. O amigo de Daniel que comemorava aniversário na casa noturna afirma que houve um desentendimento ainda dentro da boate. Ele conta que esbarrou em outro rapaz – que não sabe dizer se era Pedro Velasco, o filho da promotora – quando saía do banheiro. O aniversariante afirma que recebeu empurrões desse jovem, foi agarrado por um segurança e expulso da boate, mas conseguiu entrar novamente.

Ele diz que não viu como a briga do lado de fora começou e nem o momento do tiro que atingiu Daniel. Mas, segundo ele, o jogador Diguinho participou da confusão.

Segundo um flanelinha que não quis se identificar, o tiro que matou Daniel foi disferido em direção ao meio da pancadaria, sem que o autor tivesse mirado em alguém. Na versão dele, a briga teria começado porque o grupo de Daniel estava provocando Diguinho, que teria reagido.

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