Cidadãos comuns vão avaliar, nesta semana, 231 delegacias de nove estados, para verificar a qualidade dos serviços prestados nessas unidades. A avaliação vai de hoje (26) até sexta-feira (31). No Rio, 70 cidadãos vão visitar 42 delegacias em todo o estado.
A iniciativa faz parte da 3ª Semana de Visitas a Delegacias de Polícia, que tem o objetivo avaliar o setor sob o ponto de vista da população e assim incentivar boas práticas policiais. De acordo com a coordenadora da pesquisa, Ludmila Ribeiro, os critérios que devem ser observados são tratamento igualitário e sem preconceito, orientações para a comunidade, condições materiais, transparência e prestação de contas e condições de detenção.
“Os cidadãos passam cerca de duas horas na delegacia, conversando com os funcionários do local e com as pessoas que estão esperando atendimento, visitam as dependências do lugar e, ao final, preenchem um questionários com 20 questões com escalas de um a cinco, sendo o número um péssimo e o cinco, excelente.”
Financiada pelo governo inglês, a pesquisa é coordenada pela Altus, uma aliança global de centros acadêmicos e organizações não governamentais, e ocorre simultaneamente em mais 19 países, sendo cinco da América Latina. No Brasil, a pesquisa é coordenada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes (Cesec).
Após o resultado, as três delegacias mais bem avaliadas do Brasil vão concorrer com as demais da América Latina, para escolha da melhor da região. As finalistas concorrem com as escolhidas de outras regiões e, ao final do concurso, são apontadas as três melhores delegacias do mundo.
Na primeira edição do projeto, em 2006, o 9º Distrito Policial do Carandiru, em São Paulo, ficou em quarto lugar no ranking mundial. Na segunda edição, em 2007, a delegacia fiou em quinto lugar.
Ludmila Ribeiro explicou que o projeto mapeia as boas práticas que podem ser replicadas em outros países. “Práticas de sucesso no México podem ser replicadas no Brasil, por exemplo. Além disso, podemos identificar os maiores problemas que os cidadãos enxergam no serviço para que as delegacias realizem as melhorias necessárias no futuro.”
Nos anos anteriores, os principais problemas identificados pelas pesquisas foram a falta condições adequadas de detenção e de tratamento igualitário do público, que inclui a diversidade de serviços prestados a grupos vulneráveis, como mulheres vítimas de violência, crianças e portadores de necessidades especiais. Na época, várias delegacias não apresentavam canais para denúncia de desvios de conduta ou crimes cometidos por policiais.
Agência Brasil