De acordo com o pesquisador Pablo Nunes, do Observatório da Intervenção, “não houve, até o momento, nenhuma fala contundente do gabinete de intervenção, do interventor ou do secretário de Segurança frisando que esses números são inaceitáveis
Durante a intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, entre fevereiro e setembro, 1.024 suspeitos morreram em confronto com agentes das forças de segurança em território fluminense. Isto dá, em média, quatro homicídios decorrentes de intervenção por dia.
O ano de 2018 já supera, a um trimestre do fim do ano, o total de casos do gênero apurados em 2017, se for considerado também janeiro. Foram 1.181 mortes em confronto nos nove primeiros meses deste ano, contra 1.127 em todo o ano passado. A análise foi feita com base em estatísticas oficiais do Instituto de Segurança Pública (ISP), divulgadas nesta segunda-feira.
De acordo com o pesquisador Pablo Nunes, do Observatório da Intervenção, “não houve, até o momento, nenhuma fala contundente do gabinete de intervenção, do interventor ou do secretário de Segurança frisando que esses números são inaceitáveis. Há uma comemoração em relação à redução nos roubos de carga, por exemplo, que foram eleitos como grande modalidade de crime a ser combatida pela intervenção, mas nenhuma palavra forte a respeito da quantidade absurda de mortes, sobretudo as cometidas pelas polícias”, analisa.