Relatório revela racismo nas operações policiais

Rede de Observatórios da Segurança divulgou nesta terça-feira, 14, a publicação “Racismo, motor da violência”. Resultado de um ano de monitoramento em cinco estados brasileiros, o boletim analisa mais de 12.500 registros de eventos relacionados à segurança pública e à violência na Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Os dados foram reunidos através do acompanhamento diário de jornais, sites, portais noticiosos, perfis de redes sociais e grupos de WhatsApp pelos pesquisadores da Rede. A publicação traz dados sobre Policiamento, Feminicídio e violência contra a mulher, Violência letal e Sistema penitenciário e socioeducativo, além de textos analíticos assinados pelos pesquisadores e coordenadores dos Observatórios da Segurança.

O monitoramento registrou mais de 7 mil ações policiais.

Pretos e pardos são a grande maioria dos mortos pela polícia, mas em 7.062 notícias sobre ações policiais analisadas houve apenas uma menção à palavra negro.

O Rio de Janeiro é o estado que teve mais ações policiais – foram 2.772, no período – seguido por São Paulo (2.210), Bahia (1.105), Ceará (707) e Pernambuco (358).

O RJ também registrou o maior número de vítimas nas ações monitoradas: ao todo, foram 981 pessoas. O total inclui 483 mortos (inclusive 19 crianças) e 479 feridos. São Paulo teve 362 vítimas (249 fatais) e a Bahia, 332 (260 fatais).

Foram computados 1.408 casos de violência contra mulher. Juntos, feminicídios e tentativas de feminicídio correspondem a 68,8% deste total. São Paulo foi o estado com mais casos de feminicídios (175), seguido de Pernambuco (90) e Bahia (75).

A Rede também monitorou 291 assassinatos e 27 tentativas de homicídio de crianças e adolescentes.

Em um ano de monitoramento foram registradas 101 chacinas. As três cidades com mais registros deste tipo de violência são: Rio de Janeiro (23), Salvador (17) e Fortaleza (7).

Só foram classificados 183 casos sobre o sistema penitenciário e socioeducativo, a maioria sobre fugas, rebeliões ou ocorrências policiais.

O relatório está disponível em: https://bit.ly/2ZrOJyt

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