Os jovens cujas trajetórias foram acompanhadas no contexto do Projeto Especial da organização Luta Pela Paz são oriundos de um tipo de engajamento em redes de crime muito específico à realidade da cidade do Rio de Janeiro: as redes de venda de drogas organizadas em facções criminais que se impõem por meio de armas e do controle de territórios em favelas da cidade.
A despeito da longa existência dessa modalidade específica carioca de criminalidade, que é altamente violenta e letal – e que já perdura por mais de 30 anos, tendo se iniciado na década de 1980 – há poucos registros de experiências sistemáticas focalizadas em apoiar jovens que já ingressaram no tráfico e desejam construir alternativas sustentáveis fora dessas redes
Para avaliar a experiência do Luta pela Paz, acompanharam-se os jovens do Projeto Especial – e o próprio Projeto – durante dois anos e meio, com a utilização de diversos métodos, quantitativos (aplicação de questionários) e qualitativos (observações de campo, grupos focais, entrevistas com jovens, mentores, técnicos e coordenadores)