Cinco mil procedimentos. Em janeiro de 2007, este era o número que desafiava o delegado Marcelo Fernandes Rodrigues, da equipe da Corregedoria de Polícia Civil. Com criatividade, ele conseguiu reduzir a pilha de documentos – alguns de 1995 – e reorganizar a estrutura do setor, mesmo com pouca mão de obra disponível.
A iniciativa foi uma das vencedoras do Prêmio Polícia Cidadã, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Cândido Mendes, cujo resultado foi divulgado ontem.
– Quando chegamos, tinha sindicância de 1995. Fizemos um projeto interno, em razão do quadro reduzido de pessoal. Atualmente, temos pouco mais de 2 mil – explica o delegado.
Equipe dividida
A equipe de dez delegados foi dividida de acordo com a demanda. Cinco deles ficaram responsáveis só pelos processos mais novos, o que representou mais agilidade na apuração e tempo para investir em inteligência:
– Com isso, conseguimos fazer interceptação telefônica, em seis meses, encaminhar a investigação sobre o Jorge Babu ao procurador geral de Justiça. O material também serviu de base para um processo contra ele na Corregedoria Geral Unificada.
Marcelo acredita numa corregedoria pró-ativa, que tenha papel educativo, não só correcional.
– Nosso setor de monitoramento tem acesso a todas as delegacias legais e faz contato direto quando observa algum problema nos registros – diz Marcelo.
O delegado sabe que é difícil convencer a população de que o setor possa ajudá-la quando algum policial age de forma equivocada, ainda mais atuando no prédio da Chefia de Polícia:
– Não há polícia sem a participação da sociedade. Não podemos prescindir desse controle externo.