Guerra da mídia

Gazeta Mercantil – Fim de Semana

 

19, 20 e 21 de maio de 2006

Em tempos de violência, jornalistas enfrentam os desafios de realizar uma cobertura que exponha ao público não apenas os fatos, mas o que há por trás deles

Era 30 de outubro de 1938. O rádio, então vivendo a “Era de Ouro” nos Estados Unidos, dava provas de seu total poder de inf luência junto à população. O futuro diretor de cinema Orson Welles levou ao ar naquela noite uma adaptação do texto “A Guerra dos Mundos”, de H. G. Wells. Às vésperas do tradicional Dia das Bruxas, o maquiavélico diretor passou a interromper uma transmissão ao vivo de um jantar-dançante no Mercury Theater com sucessivos boletins, cada vez mais dramáticos, descrevendo o desembarque de naves marcianas nos Estados Unidos.

Um em cada cinco ouvintes acreditou que a ficção transmitida estivesse ocorrendo de fato e o pânico se instalou no território americano. Milhares de pessoas deixaram suas casas tentando fugir das cidades, um sem-número de acidentes ocorreu e algumas pessoas chegaram ao cúmulo de se suicidar perante à ameaça da invasão de habitantes de um mundo desconhecido.

Era 15 de maio de 2006. A televisão aberta brasileira, veículo midiático de maior alcance junto à população, acordou São Paulo, a maior cidade do País e uma das maiores do mundo, transmitindo “ao vivo” notícias sobre rebeliões em penitenciárias e ônibus que haviam sido queimados, além de dezenas de assassinatos. Infelizmente, o que se exibia não era uma peça de ficção, mas uma onda real de violência que aterrorizou a capital paulista, provocada por uma série de ataques coordenados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que tinham como alvo principal a polícia e órgãos de justiça.

Ao longo do dia, as notícias não se referiam apenas aos ataques do PCC. Pouco a pouco, o terror da população também passou a ser alvo dos notíciários. Lojas, bancos, empresas, tudo foi fechado. O paulistano, amedrontado, empreendeu uma volta para casa que adiantou o horário de rush e causou um congestionamento recorde. O 15 de maio de 2006, entrou para a história da cidade como o dia em que seus cidadãos sentiram-se em meio a uma guerra. Entrou para a história como o dia em que a cidade que nunca pára, parou.

Tanto pânico, porém, disseram as autoridades, foi injustificado. O clima de terror, segundo a polícia, foi criado não apenas pelas ações do PCC, mas por uma onde de emails falsos, trotes e… pelo noticiário. A culpa, enfim, segundo esse discurso, foi também da mídia, tantas vezes acusada de irresponsável.

Tal crítica é no mínimo polêmica. Para alguns, se a missão da mídia, principalmente das emissoras de TV e internet, que operam em tempo real, era informar a população a fim de manter a ordem pública perante um quadro bastante caótico, a “amplificação” dos fatos quase provoca uma nova versão da “Guerra dos Mundos” na capital paulista.

“Faltou colher depoimento de pessoas de bom senso”, aponta a professora Malena Contrera, doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e autora do livro “Mídia e Pânico” (Annablume, 2002). Na visão da intelectual , a maioria dos entrevistados das reportagens televisivas estava em pânico, o que em nada auxiliou na tarefa de acalmar os esclarecer a população sobre a real dimensão dos fatos.

“O anúncio foi maior do que a realidade”, afirma Malena, citando Nelson Rodrigues para interpretar a postura da mídia perante os acontecimentos: “O dramaturgo costumava dizer que havia um certo ‘gosto necrófilo por parte dos jornalistas’”. A professora observa que, em crises como a vivida pela cidade de São Paulo na última segunda-feira, há quase “um prazer pela situação por parte das TVs”. “É como se alguns telejornais tivessem, enfim, algo “quente” para colocar no ar”, explica.

A pesquisadora diz que quando a TV reitera o tempo todo informações como o número de mortos ajuda a disseminar o pânico, ampliando as dimensões dos acontecimentos. “Os boatos também são esperados em momentos como este. São as “explicações” que as pessoas dão ao que é imprevisível”, diz. “Ninguém esclareceu à população que nenhuma escola, nenhum estabelecimento comercial ou cidadãos foram realmente ameaçados”, critica o cineasta Fernando Meirelles, referindo-se aos muitos boatos que circularam na cidade. O diretor de “Cidade de Deus”, que trata justamente sobre a ascensão do tráfico e do crime organizado no Rio de Janeiro, frisa que não está defendendo os bandidos, mas sim responsabilizando a mídia pela histeria coletiva criada.

“Ficar usando termos como ‘guerra civil’ só faz com que pessoas tomem posições e se armem mais de cada lado. Foi uma cobertura marrom e irresponsável”, afirma sem rodeios Meirelles. O cineasta lamenta a morte de policiais, agentes carcerários e civis devido aos 251 ataques e motins do último final de semana e observa que “o trauma nos deu a dimensão real do nível de organização do crime”. “Sabemos que a raiz do problema reside na questão da exclusão social. Como nisso ninguém consegue mexer, por um bom tempo a situação ainda vai piorar”, raciocina Meirelles.

Apesar das críticas, Malena Contrera destaca a postura da Rede Globo que teve o cuidado de trazer especialistas no assunto para discutir a questão, como pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo. “Foi a primeira vez que notei uma postura assim num momento como este”. Seguindo este caminho, também vale destacar o papel da TV Cultura, que, em caráter de emergência, reuniu, na segunda, um time de especialistas no tradicional programa “Roda Viva”, num debate mediado pelo jornalista Paulo Markun.

A mídia impressa teve atitude semelhante, e nas páginas de jornais como “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”, diversos pesquisadores ou membros de sociedades civis ligados ao tema da violência foram ouvidos, uma postura até bem pouco tempo considerada incomum. “Acho que a cobertura foi basicamente muito positiva”, diz a pesquisadora Sílvia Ramos, do Centro de Estudos e Segurança (Cesec), da Universidade Cândido Mendes, referindo-se ao trabalho dos grandes jornais.

“Não penso que se possa dizer que a mídia impressa contribuiu para o pânico. Mesmo em relação à TV penso que não houve isso. O pânico se alastro pelas redes informais, e-mails, trotes. Houve muito oportunismo. Tudo isso aliado ao fato de que o governo não se deu conta de que tão importante quanto gerenciar a crise nas penitenciárias era gerenciar a crise de comunicação. A entrevista do governador (Cláudio Lembo, que afirmou que tudo estava sob controle) foi um tiro no pé”.

“A cobertura foi positiva principalmente em relação às principais críticas que tínhamos”, afirma Sílvia, lembrando as conclusões da pesquisa “Mídia e Violência — Como os Jornais Retratam a Violência e a Segurança Pública no País, desenvolvida por ela em conjunto com a jornalista Anabela Paiva.

O trabalho, concluído em 2005, avaliou 2.514 textos jornalísticos publicados entre maio e setembro de 2004 por nove jornais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com o objetivo de “perceber tendências de cobertura através da análise quantitativa da produção jornalística sobre violência e segurança pública”. Na pesquisa, elas apontam que especialistas e entidades de sociedade civil organizada correspondem a menos de 5% das fontes ouvidas. Essa ausência, segundos elas, tende a alijar do noticiário e das discussões certos temas fundamentais como direitos humanos, a violência enquanto fenômeno social, os de raça/etnia e a violência doméstica. “O resultado final é uma cobertura não só com pouca contextualização dos fatos apresentados, mas também com baixíssima diversidade temática e de pontos de vista — ou, o que é pior, muito dependente, ainda, da perspectiva de delegados e oficiais de polícia”.

Apesar de revelar algumas mudanças importantes — como a busca por uma cobertura que deixa de ser meramente criminal para adotar uma postura mais sóbria e menos sensacionalista, a pesquisa aponta graves problemas, como o fato de que “a centralidade dos problemas de segurança pública na vida política e econômica do País não encontra espaço correspondente nas páginas das editorias voltadas para temáticas de âmbito nacional. O espaço para textos analíticos e opinativos é muito restrito”. “Durante o período da pesquisa, mais de um quarto (27%) da cobertura compunha- se de pequenas notas informativas, sem qualquer tipo de contextualização e houve pouquíssimos editoriais ou artigos assinados abordando os temas da violência e da segurança”, diz a pesquisa.

Sem contextualização, acabam ganhando espaço na mídia os crimes de maior apelo, o que consequentemente leva o público a conclusões que nem sempre estão de acordo com a realidade. Publicada em 2001, a revista número 13 do Instituto Latino Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (Ilanud) teve como tema “ Crime e TV” e, apesar, de restringir a análise à este meio de comunicação, algumas das conclusões dos artigos da publicação podem ser estendidas para a mídia de forma geral, impressa ou eletrônica.

Na apresentação da revista, Cristina Barbosa lembra: “A televisão não é um mero espelho da realidade: ela ref lete, mas também constrói uma realidade. Dramatiza, faz o inverossímil parecer real e o real parecer espetáculo”. Até que ponto o público consegue distinguir ficção e realidade, num contexto em que os gêneros se misturam cada vez mais, questiona ela. Será que o público se dá conta dos fatores “invisíveis” que estão por trás da notícia, como por exemplo, o aparato tecnológico disponível, as razões de mercado, políticas de interesse, as condições em que os profissionais exercem suas funções, as fontes consultadas e até mesmo o público que se espera atingir?

Para a pesquisadora é preciso facultar ao público uma melhor compreensão do meio televisivo. “Isso porque partese da hipótese de que também o crime é apresentado pela televisão de forma distorcida, enfatizando determinadas modalidades desse comportamento em detrimento de outras”. Ou seja, a busca pela audiência, a busca por leitores, acaba por pautar as escolhas. Crimes nem sempre graves, mas capazes de virar manchete, são normalmente as escolhas mais óbvias.

Um exemplo do quanto a mídia tem o poder de distorcer os fatos são as invenções de “ondas de crimes”. Estas ocorrem quando num curto espaço de tempo há muita atenção sobre poucos crimes, o que leva o público a acreditar num surto daquele tipo de ocorrência. Um exemplo são as notícias sobre chacinas em 1998, que ocuparam várias manchetes. Apesar da atenção da mídia, este tipo de crime representou apenas 3% dos homicídios do Estado de São Paulo.

A dramatização da mídia acaba por fazer a população acreditar num crescimento sem precedentes da criminalidade, algo que nem sempre se verifica nas estatísticas — de fato, o noticiário ref lete muito mal as estatísticas sobre violência e criminalidade. E isso leva a população a uma mudança de comportamento, tal é o poder dos meios de comunicação. A tendência do cidadão é se trancar em casa, fechar os vidros do carro, evitar certos locais, deixar de sair em certos horários. Em meio ao caos, parece que a casa — muito bem trancada e vigiada — parece ser o único refúgio, como bem mostraram os paulistanos nesta segunda-feira.

Diante do quadro apresentado pelos jornais e TV, são exigidas providência. Poderia ser algo positivo, mas nem sempre é. “Corre-se, então, o risco de a ordem social (opinião pública e, por via dela, a vida pública e a ordem política) ser moldada/ alterada em razão de informação de mídia incompleta ou mesmo enviesada. Assim, se gastam tempo e recursos em atuações ineficazes ou que, no mínimo, podem errar o alvo!”.

Não é tarefa fácil, porém, divulgar o crime de forma verídica e completa, baseada em análises históricas e estruturais consistentes. A pesquisa elaborada por Silvia Ramos mostra, por exemplo, que quase sempre a óptica dos textos não é a do poder público, mas sim a ação policial, como prisões de suspeitos e operações de busca e apreensão, ou o próprio ato violento.

Estas, porém, vale lembrar, foram conclusões sobre a cobertura de 2004. Para Sílvia, os acontecimentos desta semana mostram que o perfil da cobertura jornalística parece estar melhorando, buscando respostas mais consistentes. Segundo ela, houve uma preocupação em ouvir várias fontes, em usar dados numéricos, em fazer uma contextualização, como lembrar o episódio de 2001 e o perfil de Marcos Williams Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC.

Por isso, a pesquisa, que terá continuidade a partir desse ano, segundo ela, certamente irá incluir a análise do material jornalístico produzido por jornais impressos durante os episódios ocorridos em São Paulo. “Vamos estudar esse caso com muito interesse”, diz ela. Além disso, anuncia ela, o Cesec deve promover, este ano, um workshop com jornalistas com experiência na área, para posteriormente editar um livro que pode se tornar uma referência para os profissionais que trabalham neste setor.

Mas apesar dos aspectos positivos vislumbrados na cobertura dos eventos dessa semana, é provável que ainda sejam necessárias muitas mudanças para que a conclusão do estudo do Cesec não seja ainda tão verdadeira: “Uma das críticas mais comuns à polícia é que ela corre atrás do crime, sem capacidade de preveni- lo com planejamento e inteligência. A cobertura jornalística, mesmo nos melhores jornais do País, padece, em parte, dos mesmos problemas. Corre atrás da notícia do crime já ocorrido, ou das ações policiais já executadas, mas tem pouca iniciativa e usa timidamente sua enorme capacidade para pautar um debate público consistente sobre o setor. Ou seja, abdica do papel de tomar a dianteira no debate sobre o tema — o que poderia motivar ações do Estado mais eficazes e abrangentes”.

 

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Pânico e democracia
Alexandre Staut
São Paulo

Conceitos sociais de justiça e punição entram em colapso em episódios nos quais a população se vê ameaçada de alguma forma. A análise é de Roberto Romano, filósofo e professor titular de Ética e Filosofia Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e estudioso de fenômenos relacionados ao terrorismo. Ele afirma que o pânico e a revolta do cidadão paulistano na segunda- feira (15) em torno dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) deveriam ser estratégicos para reflexões acerca dos destinos da democracia e do Estado de Direito.

“Na teoria, o Estado moderno concentra a força física e a estabilidade de comportamento. Assim, deveria garantir uma segurança mínima, não absoluta, à população. Se a instituição pública não consegue assegurar seu poder, as falhas sociais se alastram. Este foi o motivo do pânico generalizado que São Paulo protagonizou na semana passada. O cidadão correu para sua casa por não acreditar nas instituições públicas. Não podemos nos esquecer de que a residência, a princípio, representa uma instituição anterior ao Estado”, diz Romano.

“O que houve em São Paulo foi um verdadeiro desastre. A culpa não é do Judiciário, é do sistema, que é falho”, diz Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Romano explica que o fenômeno ocorrido na cidade é denominado “massa de fuga”, ou seja, o mesmo que aconteceu em Nova York, em setembro de 2001, ou em Madrid, em março de 2004, nos episódios dos atentados terroristas. “É como se um grupo estivesse trancado em uma sala de cinema e alguém de repente gritasse ‘fogo!’”, exemplifica.

Normalmente, a paranóia causada em torno da “massa de fuga” se transforma em “massa de vingança”, um fenômeno cunhado no século XVIII durante a Revolução Francesa. “A confusão acerca de conceitos de justiça e de punição fez com que muita gente apoiasse esquadrões de matança de bandidos e levantasse bandeiras a favor da pena de morte em São Paulo. Este é o primeiro aspecto que denota a transferência da ‘massa de fuga’ para a ‘massa de vingança’. A vingança é uma prática ancestral sempre presente nas sociedades, basta pensar nos justiceiros que agem até hoje no interior do Brasil”, afirma o filósofo.

“Mas o sentimento de vingança contra os bandidos apenas legitima a falta de autoridade do Estado, que está falido. Não deveria ser novidade para ninguém de que a bandidagem vende a morte como mercadoria. Neste sentido, ninguém deveria se assustar com seu comportamento, que é recorrente e previsível”, diz.

Os primeiros ensaios escritos sobre fenômenos relacionados ao terrorismo, pânico e vingança datam do século XIX, e, desde aquela época, estudos apontam que sua causa está relacionada à falta de credibilidade de instituições políticas. “Na Rússia, em 1879, por exemplo, foi criado um partido chamado ‘A Vontade do Povo’, um núcleo de propostas terroristas que dinamitou o refeitório do Czar. Mas o alvo dos atentados terroristas contra políticos começou a ocorrer na Revolução Francesa, no século XVIII, em uma luta para acabar com o prestígio do poder governamental”, diz o filósofo Roberto Romano.

Ele diz acreditar que, ao correr para casa, a população não lutou para fazer valer seus direitos democráticos, apenas legitimou uma regressão à barbárie. “O que é perfeitamente compreensível, pois o poder público nacional não tem credibilidade. A população vê o grupo de políticos do País como uma grande quadrilha distribuída nas esferas federais, estaduais e municipais”, diz. “O que não atenua a problemática da criminalidade no Brasil é que a ação do facínora nacional é calculada, organizada, como se houvesse uma tática de guerra em questão. O mesmo não se pode dizer do poder público, que tem táticas medíocres, irracionais.”

Romano afirma que em vez de cobrar pena de morte e a matança em massa de bandidos, a população deveria exigir padrões éticos das autoridades. “Em uma atitude impensada, muita gente ficou aliviada com a suposta negociação entre o governo estadual e o PCC. Se esse acordo aconteceu realmente, entramos em um caminho sem volta para a barbárie”, diz.

Ele observa que o Iluminismo pode ajudar a entender os sinais de decadência urbana e desorganização social que São Paulo protagonizou. “O grande problema é que a multidão não é educada para a Arte e a Ciência. A população média brasileira não sabe fazer cálculos básicos de probabilidade. Assim, não consegue reunir dados para escolher seus políticos”. Ele cita o Marquês de Condorcet, um nobre nascido em 1743 e considerado o responsável pelo plano da Revolução Francesa, como sendo um filósofo que mostrou a importância de ensinar Matemática ao povo. Autor de um livro chamado “Sobre as Eleições”, Condorcet passou a vida a pensar na situação dos pobres e dos ignorantes. “Assim como Diderot, Condorcet compreendia a instrução por seu papel esclarecedor, como uma estratégia formadora de códigos de civilidade. É isso o que falta no Brasil. Por isso não adianta propor a morte aos bandidos, nosso problema é mais complexo”, diz.

“A decisão da Justiça de progressão de regime de pena para presos acusados de cometer crimes hediondos é mais um dado que mostra a problemática brasileira. Não nos esqueçamos de que o Judiciário acompanha a crise do Estado”, diz o filósofo. O presidente do STF discorda de Romano. “O Judiciário cumpre a Constituição. Talvez o grande problema seja a administração penitenciária e o tráfico de drogas”, diz Farias Mello.

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