Juventude e Polícia, 2ª etapa: Capacitação de policiais

Foto: Ierê Ferreira

OBJETIVOS GERAIS

  • Contribuir para a redução da distância entre jovens e policiais por meio de iniciativas culturais;
  • Contribuir para a mudança de atitudes que predominam na relação polícia – juventude, de parte a parte;
  • Produzir uma nova imagem da polícia, associada positivamente à cultura e à arte e dissociada dos estereótipos de violência e discriminação;
  • Produzir uma nova imagem dos jovens moradores de aglomerados dissociada dos estereótipos da criminalidade.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Implementar novas ações de treinamento de policiais em percussão, grafitte, street dance e teatro, de forma a capacitá-los para trabalhar diretamente com jovens dos aglomerados de Belo Horizonte;
  • Manter e fortalecer o grupo de policiais que criou a banda formada em 2004.

 

ANTECEDENTES

Em 2004, o Grupo Cultural Afro Reggae desenvolveu, em parceria com o CESeC, em convênio com a Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, o projeto piloto Juventude e Polícia. O objetivo foi testar recursos relacionados à cultura e a arte como meios de aproximação entre jovens de comunidades pobres e policiais e também o potencial desses recursos como transformadores de “imagens” estigmatizadas tanto de policiais como de jovens de favelas.

Os resultados da experiência piloto foram extremamente positivos, tendo superado todas as expectativas. O modelo mostrou ser eficaz tanto no sentido de contribuir para a redução das distâncias entre jovens e policiais como no da produção de novas experiências reais e de novas imagens de policiais e jovens. O projeto desenvolvido em Minas Gerais também tornou-se uma espécie de símbolo do imenso campo de possibilidades — ainda pouco explorado em todo o país — de experiências de aproximação entre polícia e sociedade, sendo que as apresentações da banda de policiais treinados na primeira fase do projeto em shows no Canecão e no programa do Faustão são evidências desse fato, pois tiveram repercussões extremamente positivas nos meios de comunicação. Também a cobertura de mídia, em Minas Gerais, durante os quatro meses do projeto-piloto foi consistentemente positiva. Entrevistas com policiais e com jovens do Afro Reggae realizadas durante a primeira etapa evidenciam os efeitos positivos da experiência.

De agosto a novembro de 2004 foram desenvolvidas atividades em dois batalhões de polícia da capital (22º BPM e 34º BPM) durante uma semana em cada mês. Também foram realizados dois shows dentro dos dois batalhões. Ao final de cada semana de trabalho realizava-se um encontro de encerramento, onde os policiais socializavam o que haviam aprendido nos workshops. Um grupo de 23 policiais foi mantido fixo e a partir dele foi criada uma banda de policias que hoje permanece trabalhando junta e tem-se apresentado em situações diversas em Minas Gerais e fora do estado, inclusive em atividades em aglomerados em Belo Horizonte.

Os resultados obtidos no primeiro ano justificaram e estimularam a continuidade e o aprofundamento do projeto. Uma das ações de continuidade consistiu no teste de novas metodologias de desenvolvimento de ações permanentes e continuadas. Na segunda fase do projeto, portanto, buscou-se menos o impacto imediato e mais a construção de sistemas de replicação e manutenção da experiência entre jovens de comunidades locais e policiais.

 

A 2ª ETAPA

Na segunda fase do projeto, iniciada em 2005, tem-se buscado a construção de sistemas de replicação e manutenção da experiência entre jovens de comunidades locais e policiais. Em 2009, a PMMG alugou uma área física da cidade que será destinada exclusivamente às atividades do Juventude e Polícia. Alguns policiais serão destacados para dedicação em tempo integral aos grupos de jovens que se mantém ligados à banda, às demanda por apresentações de policiais e jovens em toda a polícia de Minas, inclusive interior e para a continuação e ampliação do projeto em outros batalhões e em outras favelas.

Guardando os objetivos originais que orientaram o projeto e os interesses tanto da Polícia Militar de Minas Gerais como dos grupos parceiros, foi possível alcançar um patamar de autonomia que permite aos policiais desenvolverem diretamente relações de intercâmbio com jovens de aglomerados de Belo Horizonte, utilizando os mesmos instrumentos e recursos simbólicos que permitiram a aproximação de policiais com jovens do Afro Reggae, isto é, workshops de percussão, teatro e grafitte. Também foi incorporada uma oficina de break dance , considerando essa demanda por parte de policiais que já praticam esse tipo de atividade, e uma oficina de basquete de rua.

O Grupo Cultural AfroReggae continua diretamente ligado ao projeto, indo com frequência a Belo Horizonte para capacitação de policiais e jovens. O CESeC mantém seu trabalho de acompanhamento e avaliação. Em 2008, uma pesquisadora do CESeC acompanhou durante duas semanas a ação de capacitação. Em 2009 está prevista a participação do CESeC no processo de implantação do galpão do JP.

 

ATIVIDADES REALIZADAS

  • Inscrição de policiais das seis unidades da Capital para oficinas de percussão, grafitte, teatro e street dance;
  • Seleção de aproximadamente 10 policiais de cada oficina para capacitação prolongada, realizada diariamente, durante três semanas, no 34o. BPM;
  • Programação de oficinas para jovens em duas comunidades de Belo Horizonte (Morro do Papagaio e Pedreira Pedro Lopes). Essas oficinas foram divididas em 2 etapas: na primeira, os instrutores do Afro Reggae foram os instrutores principais; na segunda, essa função coube aos próprios policiais, já capacitados; Oficina de encerramento com jovens e policiais;
  • Show.

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Ierê Ferreira

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