Apresentação
Desde 2010, o CESeC acompanha por meio de surveys bianuais a experiência das UPPs na cidade do Rio de Janeiro, vista da perspectiva dos policiais de ponta que nelas trabalham. Este novo projeto propõe-se a ampliar os horizontes da pesquisa, ouvindo os moradores das favelas ocupadas e conhecendo suas avaliações sobre os impactos e os rumos tomados pelo programa.
Um aspecto hoje claramente perceptível na maioria dessas áreas é o encolhimento, quando não o abandono, dos objetivos iniciais das UPPs. De um lado, pelo desmonte da sua dimensão social e, de outro, pelo retraimento das práticas de policiamento de proximidade, tais como diálogo permanente com os moradores, parcerias com instituições locais, mediação de conflitos etc. Na esteira desse declínio, registra-se o aumento dos confrontos, tiroteios e mortes nas favelas ditas “pacificadas”, assim como dos métodos tradicionais de atuação da polícia, quase sempre violentos e desrespeitosos.
É fundamental, portanto, buscar reconstituir o caminho que afastou esse programa dos seus objetivos básicos e discutir possíveis estratégias – se houver – para reconduzi-lo aos rumos inicialmente previstos. A partir da aplicação de um questionário a uma amostra estatisticamente representativa dos moradores de territórios com UPPs, a pesquisa buscará captar suas experiências com a ocupação policial, os efeitos do programa em diversos aspectos da convivência, dos conflitos e da segurança nas comunidades, a crise do modelo vivida atualmente e as expectativas em relação ao futuro.
Atividades
- Formação de um conselho consultivo, com nove líderes comunitários de favelas com UPP, para assessorar o desenvolvimento da pesquisa
- Realização de grupo focal com nove jovens (até 35 anos de idade), moradores de diferentes territórios com UPP, para testar o entendimento e a adequação das perguntas do questionário a ser aplicado no campo e buscar novos subsídios para aperfeiçoá-lo
- Aplicação de questionário com 56 perguntas a uma amostra domiciliar aleatória de 2.479 pessoas com 16 anos ou mais de idade, estatisticamente representativa da população dessa faixa etária residente nos 37 territórios com UPP do município do Rio de Janeiro (universo abrangido: 777.506 homens e mulheres, cerca de 15% da população carioca com 16 anos ou mais)
- Entrevistas qualitativas com participantes da equipe que concebeu o projeto UPP Social e buscou, sem sucesso, implementá-lo
- Reunião com líderes comunitários para debater os resultados do survey
- Elaboração de relatórios, artigos e material de divulgação para a mídia
Equipe
Pesquisadores
Barbara M. Mourão (coordenadora geral)
Leonarda Musumeci
Silvia Ramos
Paulo Victor Leite Lopes
Pablo Nunes
Estatísticos
Doriam Borges (amostragem)
Greice Conceição (banco de dados, tabulação e análise)
Equipe de campo
Sonia Nunes (coordenadora e supervisora)
Adriana Carneiro de Carvalho
Ana Cláudia Carvalho
Isabele Sales
Janiely Bezerra
Jorge Oracy Rodrigues
Kryssia Ettel Mendonça
Pedro Peixoto
Rafael Menezes
Rosália Menezes
Grupo focal
Elo Serviços de Apoio à Pesquisa
Conselho consultivo do projeto
Charles Siqueira (Prazeres)
Claudio Napoleão (Cantagalo/Pavão-Pavãozinho)
Daniel Sadrak (Julio Otoni)
José Mario dos Santos (Santa Marta)
Kennedy de Morais Lemos (Borel)
Lúcia Cabral (Alemão)
Luís Soares (Manguinhos)
Maurício Hora (Providência)
Sebastião Mateus da Silva (Formiga)
Suporte administrativo
Ana Paula Andrade
Assessoria de imprensa
Luciana Bento (Pauta Positiva)
Produtos
- UPP: Última chamada. Visões e expectativas dos moradores de favelas ocupadas pela Polícia Militar na cidade do Rio de Janeiro. Relatório de pesquisa. Rio de Janeiro: CESeC, agosto de 2017. Por Leonarda Musumeci
- Folha de dados
- Apresentação de slides
- Press release
- Perfil sociodemográfico dos moradores de favelas com UPP na cidade do Rio de Janeiro, 2016. Por Leonarda Musumeci
- Convivência, conflitos e mediações nas UPPs. Boletim Segurança e Cidadania, n. 23, março de 2017. Por Barbara Musumeci Mourão
Na mídia
- DIVULGAÇÃO DA PESQUISA SOBRE MORADORES DE UPP NA TV GLOBO – HORA 1, 23/08/2017
- A CULTURA DA VELHA POLÍCIA VENCEU A DA POLÍCIA DE PROXIMIDADE, DIZ SILVIA RAMOS À CBN, 23/08/2017
- PESQUISA MOSTRA QUE 82% DOS MORADORES DE ÁREAS COM UPPS QUEREM OUTROS SERVIÇOS ALÉM DA POLÍCIA. O Globo, 22/08/2017
- MAIORIA NAS FAVELAS QUER PERMANÊNCIA DE UPPS, MAS COM MUDANÇAS, O Estado de SP, 22/08/2017
- APÓS 10 ANOS, PERMANÊNCIA DAS UPPS É ‘INDIFERENTE’ NO COMBATE À VIOLÊNCIA, DIZEM MORADORES, HuffPost Brasil, 22/08/2017
- QUASE 10 ANOS APÓS IMPLANTAÇÃO DA UPP NO RJ, PESQUISA REVELA QUE POUCO MUDOU, Globo News, edição das 10, 22/08/2017
- RIO DESIDRATA UPPS PARA TRANSFERIR PARTE DE EFETIVO DAS FAVELAS PARA O ASFALTO, El País, 22/08/2017
Veja aqui o clipping completo das reportagens sobre a pesquisa
(Elaborado por Pauta Positiva)