Pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança mostra a ineficiência da abordagem de confronto e indica como alternativa o investimento em inteligência e investigação, capaz de desarticular quadrilhas e enfrentar a corrupção nas polícias.

Pesquisadora do LEV/UFC e da Rede de Observatórios da Segurança comenta o relatório ““Retratos da  Violência: Cinco meses de monitoramento análise e descobertas”, lançado em 21/11, em Fortaleza.

Bruna Sotero, pesquisadora da Observatório da Segurança RJ, fala do relatório da Rede lançado em 20/11 na Assembleia Legislativa do Ceará, com informações sobre violência em 5 estados.

“Você vai a uma prisão masculina e você vê filas enormes. Você vai à prisão de mulheres e as filas são pequenas, não tem ninguém carregando sacola”, diz Julita Lemgruber.

Silvia Ramos, coordenadora da Rede de Observatórios da Segurança Pública, afirma que caso revela erros e excessos da política de confronto policial intensificada no governo Witzel.

Silvia Ramos avalia as incursões policiais no Rio de Janeiro, que deixaram mais de mil pessoas mortas no estado este ano, até o mês de julho. Ela ressalta a ausência de ações em regiões sob domínio das milícias.

Levantamento da Rede de Observatórios da Segurança constatou aumento de 46% no número de operações policiais no Rio. Os dados mostram ações mais letais e uso de helicópteros como plataformas de tiro.

Silvia Ramos questiona o emprego de militares na segurança pública e diz que o episódio da família atingida por 80 tiros é um grande alerta às autoridades de que declarações incentivando o uso da força letal influenciam os agentes de ponta.

Silvia Ramos analisa o fuzilamento de uma família por soldados do Exército e a influência do discurso de governantes na atuação das polícias e das FFAA. Diz ainda ser muito importante a punição dessas mortes que poderiam ser evitadas.

Silvia Ramos discute o impacto negativo da política armamentista na segurança pública, lembrando que o Brasil já tem índices altíssimos de homicídio, concentrados nas favelas e periferias, onde as armas de fogo circulam sem restrições.