Pablo Nunes diz que as mortes devem ser chamadas pelo que são: genocídio: “Não dá pra fingir que não tem viés racial e que não há uma morte sistemática da população negra”.

Pedro Paulo da Silva diz que, se o governo do estado e o MP não cumprirem o dever de fiscalizar a polícia, teremos outros casos semelhantes, como vem acontecendo a décadas.

Com base no levantamento da Rede de Observatórios da Segurança, os autores da ADPF 635 enviaram na semana passada uma petição ao ministro Fachin, alertando que as polícias do Rio estão desrespeitando a decisão do Supremo.

Pablo Nunes, que acompanha casos de violência contra políticos desde o início do ano, identificou padrões nos atentados, como o uso de bombas caseiras ou a estratégia de encurralar as vítimas com carros ou motos.

Além das mortes, o estudo coordenado por Pablo Nunes mapeou 170 agressões de janeiro a outubro deste ano e mostrou um aumento do número de casos desde julho, com a proximidade das eleições.

Segundo Pablo Nunes, a Baixada Fluminense tem um histórico de vitimização de políticos, relacionado à expansão das milícias na região: não só expansão territorial, mas também das atividades controladas por esses grupos.

Pablo Nunes diz que os erros que essa tecnologia gera vêm sendo tratados como “efeitos colaterais”, o que é revelador quando se sabe que as vítimas desses erros são jovens negros, alvos da política de segurança e da violência policial.

Para Pablo Nunes, autor do levantamento, a campanha de 2020 às câmaras e prefeituras municipais está sendo mais violenta do que em anos anteriores, mas não é possível precisar quantas dessas mortes têm motivação política.

Pablo Nunes diz que a investigação dos casos leva três ou quatro anos e que, depois de tanto tempo, é difícil que chegue a conclusões claras; por isso, não se sabe quantos desses assassinatos têm motivação política.