“Não é uma surpresa”, disse Julita Lemgruber no evento de lançamento do índice: “O resultado traduz o que vemos todos os dias no Brasil, [onde] a polícia mata cerca de 4 mil pessoas todos os anos, na maioria jovens negros envolvidos no mercado da droga, mas que negociam pequenas quantias.”
Leia Mais“A gente tem uma sociedade que já considera normal a polícia matar qualquer pessoa com a justificativa de ela estar envolvida com drogas. Quando o debate vai para programas de redução de danos, essa mesma sociedade nem cogita pensar sobre isso”, afirma Athos Vieira, coordenador do projeto Drogas Quanto Custa Proibir.
Leia MaisPara Pablo Nunes, coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, os casos brasileiros levantam dúvidas sobre sua aplicação. “Essas tecnologias já são conhecidas internacionalmente pelos seus erros, principalmente os que recaem sobre a população negra”, afirma.
Pablo Nunes, coordenador do Panóptico, um monitor de projetos de reconhecimento facial no Brasil, diz que o local onde os algorítmos são produzidos infuencia sua precisão: nos EUA e na Europa, por exemplo, eles têm muita dificuldade de identificar pessoas negras (especialmente mulheres) e asiáticas.
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