Artigo aponta o Maranhão como o único entre os sete estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança que não registra a cor dos mortos pela polícia. Não acompanhar esses dados, dizem os autores, também é uma forma de racismo.

A promessa de prever a ocorrência de crimes através da tecnologia provoca questionamentos em um país onde oito a cada 10 pessoas presas com uso de reconhecimento facial são negras.

Segundo Pablo Nunes “estamos caminhando para termos uma câmera de reconhecimento facial em cada rua e esquina do país. É necessário um freio nesse processo para que possamos debater profundamente os riscos e os potenciais dessa tecnologia para a população, principalmente a população negra”.

A violência contra políticos é uma das faces mais brutais das disputas eleitorais no Brasil: só até o primeiro turno, 84 foram assassinados em 2020. Apesar de as dinâmicas apontarem para execuções, é difícil definir o que motiva essas mortes, pois há pouca investigação.

Após um ano de experiências em 5 estados, a única certeza é de que o uso da tecnologia de reconhecimento facial na segurança pública, além de ineficiente, agravará o encarceramento em massa, sobretudo de jovens e negros.

O Rio precisa de políticas que coloquem a vida em primeiro lugar. Mas a intervenção federal na segurança baseou-se em táticas ultrapassadas e no aumento da violência policial, em vez das reformas estruturais e das inovações necessárias.

Das 172 solicitações feitas pelo Observatório da Intervenção, via Lei de Acesso à Informação (LAI), apenas 9 foram respondidas satisfatoriamente. Os pedidos diziam respeito a informações básicas sobre a segurança pública do Rio, como números de armas e drogas apreendidas em uma operação.

Para os dois pesquisadores do Observatório da Intervenção, tratar a segurança pública como assunto sigiloso é afastar a imprensa e os cidadãos do debate, o que não condiz com os princípios democráticos.

Para os autores do artigo, as interpretações sobre resultados da intervenção federal no Rio deverão definir as posições dos candidatos à presidência da república quanto ao tema da segurança.

Although the promise the internet would be a way to create a global village has, to some extent, been achieved, digital media have also allowed the production of hyperlocalized and hyperspecialized information. […]